Economia

Selic: BC ainda será pressionado a desacelerar ritmo de alta, diz BofA

14 dez 2021, 16:29 - atualizado em 14 dez 2021, 16:29
Roberto Campos Neto
Mais cedo, a divulgação da ata do Copom revelou que a autoridade monetária avaliou ajuste maior que 1,50 p.p. na Selic. (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ainda será pressionado a desacelerar o ritmo da alta da Selic, apesar do tom duro adotado em última decisão, disse o Bank of America (BofA) nesta terça-feira (14).

Mais cedo, a divulgação da ata do Copom revelou que a autoridade monetária avaliou ajuste maior que 1,50 p.p. na Selic, em decisão mais recente, e cenário de juro alto por mais tempo. A taxa básica de juros está hoje a 9,25% ao ano.

“Mantemos nosso cenário base com o BC subindo 1 ponto percentual em fevereiro e 0,50 ponto em março, levando a Selic terminal para 10,75%”, diz trecho do relatório assinado por David Beker. O economista avalia que a taxa ficaria estagnada até o final do ano e começaria a diminuir em 2023.

O BofA lembra que a inflação surpreendeu para baixo em novembro e que a economia ainda deverá demorar para se recuperar em meio ao cenário doméstico “adverso” e a desorganização global da cadeia de suprimentos.

Focado nas metas

Para o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, a postura mais agressiva do BC reforça que a autoridade monetária está “bastante focada” com as metas de inflação e definindo uma estratégia forte de reancoragem das expectativas.

“O BC está preocupado com ambiente de risco assimétricos, em particular a questão fiscal, que dificulta a ancoragem das expectativas e sugere uma taxa neutra mais elevada”, avalia.

Mas, diz Padovani, chama a atenção que a estratégia de aperto monetário ocorra apesar de uma preocupação maior do mercado com crescimento econômico.

O mercado prevê alta do PIB de 0,50% em 2022, segundo edição mais recente do boletim Focus, do BC. No começo deste ano, a previsão era de uma alta de 2,5% para a economia no próximo ano.

A projeção de inflação ao final do próximo ano é de alta de 5,02%, acima do teto do sistema de metas para o ano que vem — que pode oscilar entre 2% e 5% em 2022.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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