Economia

Selic elevada faz efeito na economia, mas não tão rápido quanto o Banco Central gostaria, diz Galípolo

27 nov 2025, 16:25 - atualizado em 27 nov 2025, 16:25
Galípolo
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A política monetária vem fazendo efeito no cenário macroeconômico, mas não tão rápido quanto a autarquia gostaria, disse presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, nesta quinta-feira (27), em evento promovido pela Itaú Asset Management.

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Segundo ele, os “dados continuam demonstrando desaquecimento lento e gradual da economia brasileira”. A última pesquisa do Boletim Focus, indica que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 2,16% em 2025 e 1,78% em 2026.

Já do lado da inflação, o presidente afirmou que a evolução recente dos indicadores reforça a leitura de que o processo de desinflação segue em linha com o planejado pela autoridade monetária. No Focus, as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) são de 4,45% este ano e 4,18% no próximo.

“A trajetória da inflação tem seguido ‘plano de voo’ do BC”, afirmou no evento.

Galípolo citou, no entanto, a necessidade de cautela na análise dos indicadores. “Temos repetido que queremos reunir dados, não nos emocionar com um específico”, afirmou. “Nenhum dado específico provocou uma mudança na nossa reação.”

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Ele apontou ainda que “há algum tempo, a percepção de fiscal estimulativo está presente na desancoragem”, além de lembrar que “nos últimos anos, medidas fiscais neutras no orçamento tiveram impacto na demanda”.

A combinação entre o atual quadro fiscal e a economia resiliente tem exigido maior persistência da política monetária. “Temos condição estrutural que demanda dose maior do remédio para fazer efeito”, afirmou.

O presidente da autoridade monetária voltou a afirmar que o cenário exige juros altos por mais tempo. De acordo com ele, o BC manterá a taxa básica “no nível necessário, pelo tempo necessário” para assegurar a convergência da inflação.

Ao comentar a comunicação da instituição, Galípolo ainda ressaltou que a construção de credibilidade da autoridade monetária é “coletiva, não é resultado do trabalho de uma pessoa”.

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A Selic atual é de 15% e, segundo projeções do mercado, deve seguir nesse patamar até o final de 2025. A expectativa é de que os cortes da taxa comecem no primeiro trimestre de 2026, mas os juros devem seguir em nível elevado ao longo do ano — possivelmente, ainda na cada dos dois dígitos.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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