Economia

Selic em 10,75%? Veja o que o Banco Central acha da inflação

03 mar 2024, 12:00 - atualizado em 01 mar 2024, 15:36
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“Apesar da economia mais aquecida, a inflação segue melhor que as expectativas”, diz diretor do Banco Central. (Imagem: Agência Brasil)banco central 

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada só para o final do mês, nos dias 19 e 20 de março. Ou seja, muita água tem para rolar na economia brasileira até lá.

Ainda assim, a expectativa é de uma nova redução de 0,50 ponto percentual na Selic. Dessa forma, a taxa básica de juros passaria de 11,25% para 10,75%. No entanto, o Banco Central está atento à trajetória de inflação.

“Apesar da economia mais aquecida, a inflação segue melhor que as expectativas”, disse Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central, em evento na última sexta-feira (01).

Ele também destacou que os dados da prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) mostram que o El Niño não machucou tanto o produto in natura. Esse era um fator que poderia pressionar os preços de alimentos.

Segundo Galípolo, os bancos centrais estão mais cautelosos em tirar conclusões sobre a dinâmica da economia e seguem monitorando de perto os indicadores para tomarem decisões sobre a política monetário.

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Inflação: Falta o último quilômetro

No entanto, nem tudo são flores. Durante a abertura da reunião de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20, Roberto Campos Neto lembrou que ainda há trabalho a ser feito na última milha da desinflação.

“Depois da ação sincronizada por bancos centrais, vimos uma redução progressiva da inflação, mas esse processo ainda não acabou, ainda há trabalho a ser feito na última milha, e riscos permanecem à frente”, disse.

No caso do Brasil, ainda pesa a inflação de serviços, tanto que o Copom destacou esse detalhe em sua última alta.

Esse discurso foi reforçado pelo Diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti.

Em conversa com a imprensa, ele destacou que o diagnóstico geral é de, no momento, todo mundo está no mesmo caminho de desinflação — apesar de cada país em um grau diferente –, mas que “ainda falta o último quilômetro da corrida”.

“Temos que tratar com muito atenção essa etapa final para que a gente garanta que a inflação foi domada”, afirma Picchetti. “Isso é fundamental não só por estabilidade macroeconômica, mas na questão de desigualdade, já que a inflação é o elemento mais perverso para a população menos favorecida”, completou.

O diretor do BC ainda destacou os riscos das tensões geopolíticas que tem um desdobramento financeiro e econômico, além do efeito do risco climático para os preços.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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