O que mais me preocupa no Brasil é a taxa de juros, diz Menin, do Inter

O que mais preocupa hoje no Brasil é a taxa de juros. A avaliação é de Rubens Menin, presidente do conselho de administração do Inter&Co, que classificou o nível atual da Selic como “maluco”.
“Tem país em guerra que opera com juros mais baixos do que os do Brasil”, disse Menin no evento Inter Invest Summit 2025.
A taxa básica de juros brasileira está em 15% ao ano e, segundo o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deve seguir em “patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”.
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Segundo o presidente do conselho do Inter&Co, o cenário de Selic elevada, que já se prolonga há três anos, pode perdurar por pelo menos mais dois, trazendo impactos severos para o investimento e para a competitividade nacional.
“Estamos encomendando uma crise futura de perda de competitividade […] A nossa indústria, por exemplo, está diminuindo”, disse.
Menin ressaltou que a flexibilização da política monetária depende da condução fiscal. “Eu espero que nossos executivos do governo tenham juízo. Nós precisamos equilibrar esse déficit (fiscal)”, afirmou.
Para ele, o Brasil está “atrasado” em relação ao resto do mundo, que já iniciou o ciclo de afrouxamento monetário.
Nos Estados Unidos (EUA), por exemplo, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) retomou flexibilização monetária esta semana e cortou os juros de referência do país em 0,25 ponto percentual (p.p.). A taxa passou para o intervalo de 4% a 4,25% ao ano.
Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, reforçou o diagnóstico de que a Selic deve seguir elevada por mais tempo e disse que há dificuldade do governo de passar credibilidade fiscal.
“Precisa passar por mais uma reformulação do arcabouço”, avaliou Vitoria em coletiva com jornalistas.
Apesar disso, ela considera que há espaço para cortes à frente. O Inter vê uma flexibilização de 3 p.p. na taxa em 2026.