Economia

O que mais me preocupa no Brasil é a taxa de juros, diz Menin, do Inter

20 set 2025, 11:16 - atualizado em 20 set 2025, 12:02
Rubens Menin - Juros Selic
Rubens Menin falou no evento Inter Invest Summit 2025. (Imagem: Divulgação)

O que mais preocupa hoje no Brasil é a taxa de juros. A avaliação é de Rubens Menin, presidente do conselho de administração do Inter&Co, que classificou o nível atual da Selic como “maluco”.

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“Tem país em guerra que opera com juros mais baixos do que os do Brasil”, disse Menin no evento Inter Invest Summit 2025.

A taxa básica de juros brasileira está em 15% ao ano e, segundo o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deve seguir em “patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”.

Segundo o presidente do conselho do Inter&Co, o cenário de Selic elevada, que já se prolonga há três anos, pode perdurar por pelo menos mais dois, trazendo impactos severos para o investimento e para a competitividade nacional.

“Estamos encomendando uma crise futura de perda de competitividade […] A nossa indústria, por exemplo, está diminuindo”, disse.

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Menin ressaltou que a flexibilização da política monetária depende da condução fiscal. “Eu espero que nossos executivos do governo tenham juízo. Nós precisamos equilibrar esse déficit (fiscal)”, afirmou.

Para ele, o Brasil está “atrasado” em relação ao resto do mundo, que já iniciou o ciclo de afrouxamento monetário.

Nos Estados Unidos (EUA), por exemplo, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) retomou flexibilização monetária esta semana e cortou os juros de referência do país em 0,25 ponto percentual (p.p.). A taxa passou para o intervalo de 4% a 4,25% ao ano.

Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, reforçou o diagnóstico de que a Selic deve seguir elevada por mais tempo e disse que há dificuldade do governo de passar credibilidade fiscal.

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“Precisa passar por mais uma reformulação do arcabouço”, avaliou Vitoria em coletiva com jornalistas.

Apesar disso, ela considera que há espaço para cortes à frente. O Inter vê uma flexibilização de 3 p.p. na taxa em 2026.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.