Economia

Selic pode terminar 2024 em dois dígitos, segundo XP

19 abr 2024, 11:36 - atualizado em 19 abr 2024, 11:36
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A projeção para a taxa terminal da Selic foi revisada para cima, de 9% para 10%, fechando o ano de 2024 em dois dígitos. (Imagem: Getty Images/Canva Pro)

As apostas do mercado para a Selic estão mudando depois que o governo confirmou as alterações na meta fiscal do ano que vem.

O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, encaminhado ao Congresso, prevê déficit primário zero.

Nas regras originais do arcabouço fiscal, aprovado no ano passado, ficou determinado um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para cima ou para baixo. Além disso, a meta de 2026 foi alterada de superávit de 1% para 0,25% do PIB.

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Segundo os economistas da XP — Caio Megale, Rodolfo Margato, Tiago Sbardelotto, Francisco Nobre, Alexandre Maluf e Luiza Pineze –, a dívida pública continua sendo uma grande preocupação. Tanto que a projeção de déficit primário de 2025 foi ajustada de R$ 86,3 bilhões (0,7% do PIB) para R$ 81,1 bilhões (0,7% do PIB).

“Continuamos céticos sobre a capacidade das medidas de arrecadação de compensar o viés expansionista das despesas. Em relação à dívida pública, a mudança na projeção de taxa de juros é compensada pela melhoria do resultado primário e das projeções de atividade econômica. De qualquer forma, nossas estimativas continuam indicando tendência de alta nos próximos anos”, dizem em relatório.

Corte de 0,25 pp: Selic deve terminar 2024 em dois dígitos

Com isso, a projeção para a taxa terminal da Selic foi revisada para cima, de 9% para 10%, fechando o ano de 2024 em dois dígitos.

“Já estávamos preocupados com a sustentabilidade fiscal e medidas que poderiam manter a demanda doméstica aquecida. Mas, naquele momento, reconhecíamos um cenário global melhor, com base em cortes de juros nos EUA a partir do primeiro semestre, deflação global de custos e melhoria dos termos de troca do Brasil”, diz a XP.

Atualmente, a taxa básica de juros se encontra no patamar de 10,75%, após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual. A aposta do mercado, até então, apontava para mais um corte da mesma magnitude, seguido de outros reajustes menores. O Relatório Focus da semana indica que a Selic deve terminar o ano em 9,13%.

O relatório destaca que houve mudanças no cenário econômico. Do lado internacional, recentemente, Jerome Powell mencionou que levará mais tempo para o Federal Reserve ganhar confiança de que a inflação está convergindo de forma sustentável para a meta de 2%. Ou seja, é esperado que as taxas de juros permaneçam altas por mais tempo.

Além disso, os preços das commodities, como o petróleo, reverteram a tendência de queda do último ano.

Também está no radar a forte depreciação cambial, refletindo os juros altos nos EUA, as tensões geopolíticas e a maior percepção de risco fiscal por parte do governo. “A taxa de câmbio depreciou cerca de 5% desde a última semana, saltando de aproximadamente R$/US$ 5,00 para R$/US$ 5,25”, aponta o texto.

Já o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 foi revisado para cima de 2,0% para 2,2%. No entanto, fica o alerta: a piora recente das condições financeiras globais e domésticas podem afetar a atividade no segundo semestre. Para o ano que vem, a projeção passou de 2,0% para 1,7%, refletindo o grau mais contracionista da política monetária.

“Os preços das commodities mais altos, o real mais fraco e a demanda aquecida pressionam a inflação. Diante do exposto, nossa projeção para o IPCA de 2024 subiu de 3,5% para 3,7%”, diz a XP.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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