Suínos

Sem gordura ante os custos, produtor de porco não comemora ganhos nos embarques de carne

27 out 2020, 11:13 - atualizado em 27 out 2020, 11:20
Porcos, Suinos
Exportações de carne suína têm ganhos em dólares e volume, mas produtor tem margem comprometida (Imagem: Pixabay)

Os 49% de aumento nos ganhos diários com os embarques de carne suína, na quarta semana de outubro, contra igual período de 2019, estampam o cenário positivo para os frigoríficos que atendem a China, principalmente. Mas os resultados não são comemorados pelos produtores.

Até que o valor do suíno gordo na granja independente está dando alguma remuneração, no Paraná, pelo menos. Mas sem gordura, os custos de produção e os custos imobilizados estão penalizando as margens, explica Jacir Dariva, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS).

E isso vai fazer com que a falta de investimentos em aumento de produção de suínos, apesar do boom das exportações da carne, seja mais sentida nos próximos dois meses. Junto com algum aquecimento sazonal da demanda do consumidor interno em fim de ano, haverá um aumento do produto no varejo.

“Mas nossos custos também devem seguir em aumento”, avalia Dariva.

No Paraná, o gasto por animal até a entrega ao abatedouro está em torno de R$ 8, considerando as despesas com rações de soja e milho – “no Oeste do estado, região produtora de milho, a saca está até R$ 80” -, e os custos de manutenção das granjas.

Essa variável, pouco dimensionada para quem está de fora do setor, tem dado muita dor de cabeça. O presidente da APS menciona energia elétrica, cimentos e os materiais metálicos. Estes últimos muito utilizados nas estruturas mais modernas, dentro de layout mais adequado às questões sanitárias, “muito corrosivos”.

Na ponta final, o animal de produtor não integrado aos frigoríficos, representado pela entidade, é vendido hoje na faixa de R$ 9,15 a R$ 9,20 a @.

Outubro

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) registrou que o faturamento médio diário na semana passada foi de US$ 10,015 mil, e de 4,179 mil toneladas, respectivamente 48,97% e 46,94%, sobre a mesma semana de outubro de 2019.

Na comparação com a semana imediatamente anterior, houve recuo de 1,5% e de 3%, também respectivamente pelo financeiro e pelo volume.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.