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Sem taxa da B3, novo futuro de soja oferecerá hedge e arbitragem com a cara do mercado físico

22 nov 2021, 13:04 - atualizado em 22 nov 2021, 13:58
Soja, Paranagua
FOB Santos é a base da liquidação financeira do novo contrato futuro de soja da B3 (Imagem: Reuters/Rodolfo Buhrer)

O hedge com a soja na Bolsa de Chicago é muito distante da maioria dos produtores brasileiros pelo volume de entrada para cada contrato, bem como não reflete a realidade do físico no Brasil, diante do deslocamento dos dois mercados.

A partir da próxima segunda (29), isso começa a mudar, quando começar a ser negociado na B3 (B3SA3) o contrato Futuro de Soja Brasil. Como também serão listadas opções de compra e venda sobre os futuros, os exportadores aumentarão o grau de garantia contra os riscos, com mais arsenal para fazer arbitragens, adianta Louis Gourbin, superintendente de Commodities.

Cada contrato Futuro de Soja Brasil vai representar 34 toneladas (na CBOT é 136), portanto de valores mais amigáveis para os brasileiros. E estará alinhado aos outros derivativos agropecuários negociados na bolsa paulista em termos de composição.

O vencimento será mensal, não seguindo o padrão dos vencimentos nos Estados Unidos.

Já o indicador a ser usado para liquidação financeira, o S&P Global Platts, reflete o preço de exportação no Porto de Santos, expresso em dólares por tonelada FOB.

O preço Platts será o mesmo indexador que o CME Group, do qual a CBOT faz parte, vai usar no mesmo contrato que será lançado simultaneamente, resultado do acordo de desenvolvimento do produto desde 2020.

“Espelha bem o mercado físico”, explica o executivo.

Além dessas características, importantes para esclarecer melhor os participantes que vão fazer a gestão de risco da soja, Gourbin, adianta que os custos de emolumentos da B3 serão isentos no primeiro ano de vigência do Futuro Soja Brasil, de modo a incentivar mais o uso do instrumento e gerar mais liquidez ao mercado.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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