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Sem uma Petrobras do leite, a lembrança do ano foi o litro bem acima do preço da gasolina

20 dez 2022, 9:57 - atualizado em 20 dez 2022, 10:13
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Pastos mais secos e custo mais altos fizeram disparar o leite em 2022 (Imagem: Pixabay/Elsemargriet)

Em 2020, foi o ano do arroz. Em 2021, do feijão. Em 2022, do leite. Ano de inflação setorial disparada muito acima da capacidade do consumidor, pegando mais um produto básico.

As altas acima de 20% a 25% no tipo longa vida, entre junho e julho, passando com folga dos R$ 9 o litro no Sudeste, ou nos R$ 10 no Centro-Oeste, se destacaram no cenário este ano.

Sem uma Petrobras (PETR4) para conter reajustes e queda dos impostos, leite ficou mais caro que a gasolina.

Parte desse resultado está na pesquisa do Rabobank, que acusa queda de demanda de 3% no acumulado de 2022, para uma média de consumo per capita de 165 litros anuais. O que já era uma das menores necessidades, ficaram mais baixas ainda, na comparação com países do mesmo nível de desenvolvimento, ou na comparação com a Argentina, por exemplo.

As vacas leiteiras produziram muito menos, com a antecipação da estiagem carregada pelo fenômeno La Niña, e os produtores tiveram que embutir nos preços também a elevação dos custos de produção.

Ou seja, sem pastos e com insumos mais altos vindos com a guerra da Ucrânia, o reajuste do produtor aos laticínios avançou também naquela mesma base do repasse ao consumidor.

Embora essa gangorra acentuada desestabilizou a cadeia, os produtores – ou os mais capacitados – conseguiram recuperar as margens, como afirma Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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