Ser Educacional (SEER3) salta quase 25% após resultados do 1T25; é hora de comprar?

Negociadas fora do Ibovespa, as ações da Ser Educacional (SEER3) têm o melhor desempenho da bolsa brasileira, a B3, nesta quinta-feira (15), com salto da ordem de 20%.
SEER3 encerrou com alta de 18,89%, a R$ 8,50. Na máxima do dia, os papéis da companhia educacional atingiram alta de 24,40%.
A forte disparada das ações é impulsionada pelos números do balanços do primeiro trimestre de 2025 (1T25).
A Ser Educacional reportou lucro líquido de R$ 43,6 milhões no 1T25, revertendo prejuízo de R$ 17,5 milhões registrado um ano antes. No critério ajustado, o lucro foi de R$ 51,8 milhões de janeiro a março, ante prejuízo de R$ 2,8 milhões do primeiro trimestre do ano passado.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 170,2 milhões, alta de 53,5%. Com ajustes, o Ebitda totalizou R$ 143,6 milhões, avanço de 57,9% na comparação anual.
A receita líquida totalizou R$ 539,9 milhões, aumento de 19,8% em base anual de comparação, puxada principalmente pelo crescimento da base de alunos de ensino híbrido e da captação de estudantes no curso de medicina, após a expansão do número de vagas credenciadas nos últimos 12 meses.
No período, a dívida líquida da companhia foi de R$ 662,7 milhões, redução de 12,9% ante o mesmo trimestre do ano passado. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, ficou em 1,35 vez — ante 1,64 vezes no trimestre anterior (4T24)
- VEJA TAMBÉM: Money Picks traz as principais recomendações do mercado para o mês; acesse gratuitamente
O que agradou os analistas?
Para os analistas, a Ser Educacional reportou resultados “muito fortes”, com uma sólida captação de alunos nos campi e Ebitda “substancialmente” acima das expectativas.
Como um dos principais pontos positivos, o JP Morgan também chamou a atenção para a geração de fluxo de caixa livre (FCF, na sigla em inglês), considerada “muito forte” pelos analistas. O FCF gerou R$ 56 milhões no 1T25, com um rendimento de 12% sobre o valor de mercado atual. O JP Morgan projetava a geração de R$ 16 milhões.
Já o Santander destacou o FCF do trimestre e a redução da dívida líquida da companhia entre janeiro e março
“Notamos que as iniciativas da Ser para melhorar a geração de fluxo de caixa estão mostrando resultados com a dívida líquida diminuindo 8% na base trimestral, o que estava em linha com as expectativas. Em nossa opinião, podemos estar à frente de uma potencial revisão para cima dos lucros do consenso”, escreveram os analistas Caio Moscardini, Karoline Correia e Eyzo Lima em relatório.
Eles também afirmaram que a redução da alavancagem foi uma “grande surpresa positiva”.
Na mesma linha, os analistas do BTG Pactual afirmaram que veem o avanço na desalavancagem e expansão de margem com “bons olhos” . “De fato, reconhecemos as melhorias recentes, o que nos deixa mais construtivos com a ação”, escreveram Samuel Alvez, Yan Cesquim e Marcel Zambell em relatório.
É hora de comprar SEER?
Apesar da avaliação positiva, os bancos mantiveram a recomendação neutra para SEER3.
Para o BTG Pactual, as ações ficaram um pouco para trás em relação ao rali observado nas demais ações do setor educacional no acumulado do ano. Desde janeiro, SEER3 acumula alta de quase 100%.
O banco tem preço-alvo de R$ 7 — o que representa um potencial de desvalorização de 1,26% sobre o preço do fechamento anterior. Já o Santander prevê a ação a R$ 6 no final de 2025, também uma desvalorização de 15,8% ante o preço da véspera (14). O JP Morgan não divulgou o preço-alvo para a ação.