Opinião

Será que ser acionista da Uber vale a pena?

09 maio 2019, 17:09 - atualizado em 09 maio 2019, 17:44

Expectativa x realidade: em 2018 foram U$S 3 bilhões em perdas. No 1T19 foram US$ 3 BI de receitas e US$ 1 BI de prejuízo

William Castro Alves, Estrategista-chefe da Avenue Securities

A empresa está se avaliando em cerca de US$ 90 bilhões e, para justificar, diz querer avançar em um mercado de US$ 12 TRILHÕES em mobilidade, entrega de comida e até transporte de cargas. Isso é 15% do PIB mundial

Expectativa x realidade: em 2018 foram U$S 3 bilhões em perdas. No 1T19 foram US$ 3 BI de receitas e US$ 1 BI de prejuízo.

O total gasto pelos clientes no app aumentou só 11% entre os últimos 2 trimestres de 2018 e a receita efetiva reduziu 1% no mesmo período.

Em 2018, o crescimento da receita foi 40%. Parece bom, mas é sinal vermelho: esse crescimento tinha sido de 106% no ano anterior.

Esses números não consideram os incentivos para os motoristas e passageiros (promoções). Se fossem considerados, as perdas seriam ainda maiores.

As taxas cobradas dos motoristas também estão em declínio pela concorrência acirrada, já que motoristas podem usar outros apps e querem melhores condições

Ainda assim e a despeito de todas reclamações dos motoristas, a empresa sabe e comenta que isso tende a piorar uma vez que planeja reduzir os incentivos dados. Não obstante, a empresa vislumbra um mundo de self-driving cars onde não teria mais as dores de cabeça de atualmente. Tal ponto, a relação entre motoristas e Uber é central para o case e não parece caminhar bem.

Concentração: ¼ da receita global do app vem de 5 cidades. São Paulo, Nova York, Los Angeles, São Francisco e Londres.

Uber opera em 63 países, mas afirma que apenas 2% da população desses países testou a plataforma, justificando assim um enorme potencial de crescimento.

O app vem perdendo market share para a concorrente Lyft nos EUA e também para outros apps pelo mundo, como Didi Chuxing, seu principal competidor global.

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