Economia

Servidores do Banco Central mantêm paralisação para o próximo dia 9

21 jan 2022, 11:46 - atualizado em 21 jan 2022, 15:26
Banco Central Selic
(Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Os servidores do Banco Central (BCB) decidiram manter a paralisação prevista para o dia 9 de fevereiro. Segundo o sindicato da categoria, o Sinal (Sindicato Nacional dos do Banco Central), a conversa com Roberto Campos Neto, presidente da instituição, está sendo produtiva e positiva.

Ainda assim, Fábio Faiad, presidente do Sinal, destaca que as últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro, do deputado Ricardo Barros e do ministro Paulo Guedes teriam sugerido que o reajuste salarial seria dado somente para os policiais federais, o que exclui os servidores do Banco Central.

“Acreditamos que a fala do Bolsonaro durante entrevista para a Jovem Pan e a fala do Ricardo Barros que saiu nos jornais mostram que eles ainda não abandonaram a ideia. Parece que tem um grupo no governo que quer cancelar o reajuste para todo mundo e um grupo que ainda insiste e manter o reajuste apenas para os policiais”, diz.

O sindicato anunciou que no dia da paralisação podem acontecer a interrupção parcial do atendimento ao público, da distribuição de células, da manutenção de sistemas informatizados e da prestação de informações para o sistema financeiro.

Caso não tenham uma resposta do governo sobre o tema na primeira quinzena de fevereiro, os servidores passarão a debater uma possibilidade de greve por tempo indeterminado a partir do dia 9 de março.

Procurado pelo Money Times, o Banco Central disse que não comentará o assunto.

Entenda o caso

A categoria se manifestou na última terça-feira (18) como forma de protesto por conta dos reajustes.

Segundo o sindicato, foi atingida a meta de 50% de paralisação, somando os trabalhadores presentes em Brasília (DF) e aqueles que desligaram seus computadores em casa para participar da assembleia virtual. Para o dia 9, o intuito é aumentar a adesão para 65%.

Os servidores reivindicam um reajuste salarial que reponha a perda com a inflação nos últimos anos, além da reestruturação de Carreira de Analistas e Técnicos do BC (demandas sem impacto financeiro).

Em carta a Paulo Guedes, ministro da Economia, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) afirmou que 80% dos servidores acumulam perdas inflacionárias desde 2017, já os outros 20%, desde 2019.

A resposta por parte dos trabalhadores veio após o ministro da Economia Paulo Guedes, pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro, enviar um ofício ao Congresso Nacional em dezembro de 2021 pedindo R$ 2,86 bilhões no Orçamento de 2022 para reajustar o salário de policiais federais.

Na terça-feira (18), o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que não havia espaço no Orçamento da União para a concessão de reajuste salarial para servidores públicos.

O que disse Bolsonaro

Na última quarta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro declarou que existe a possibilidade de que servidores públicos federais sejam contemplados com um reajuste salarial no próximo ano.

Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, o presidente afirmou que os servidores merecem reajuste, mas disse que não há folga no Orçamento da União no corrente ano.

*Com Reuters

Editora
Jornalista paulistana formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e editora do Money Times. Passou pelas redações da CNN Brasil e TV Globo como produtora, VOCÊ S/A e VOCÊ RH como repórter e Exame.com como redatora estagiária.
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