Setor bancário: Inovação e contexto econômico marcam o segundo semestre de 2025

O setor bancário brasileiro inicia o segundo semestre de 2025 em meio a movimentações econômicas e tecnológicas relevantes.
Entre os principais pontos de atenção estão a trajetória da taxa básica de juros (Selic), que seguirá sendo influenciada pelo cenário macroeconômico, e os avanços na digitalização dos serviços financeiros, com destaque para o Drex, a moeda digital brasileira.
As próximas decisões relacionadas à Selic devem acompanhar a evolução de indicadores como inflação, consumo e dinâmica global de preços, o que impacta diretamente a oferta e o custo do crédito. Esse fator é especialmente relevante para áreas como financiamento imobiliário, de veículos, empréstimos pessoais e consignados.
No campo da inovação, o setor financeiro continua avançando em iniciativas de digitalização. O Drex, que começou como um projeto de uso interno entre instituições financeiras, passa por novas etapas de implementação e pode, futuramente, ser incorporado em transações internacionais. A expectativa é que a tecnologia promova mais agilidade, rastreabilidade e segurança nas operações financeiras.
Outro destaque é o avanço do Pix programado, que viabiliza o agendamento automático de pagamentos recorrentes com a infraestrutura do sistema Pix. Essa funcionalidade tende a substituir, aos poucos, o tradicional débito em conta, otimizando a gestão financeira dos clientes, reduzindo índices de inadimplência e fortalecendo a segurança das transações. Essas inovações estiveram entre os principais temas da mais recente edição da Febraban Tech, evento que reúne os principais líderes em tecnologia e finanças no Brasil.
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Bancos: O tarifaço pode entrar nessa conta?
Além do ambiente interno, o setor também monitora fatores internacionais que podem influenciar a política monetária brasileira.
Um exemplo é o chamado “tarifaço”, recentemente anunciado pelo governo dos Estados Unidos, que prevê aumentos nos preços de energia, combustíveis e transporte — o que pode acabar jogando contra.
Caso essas elevações pressionem a inflação global, o Banco Central brasileiro poderá adotar uma postura mais cautelosa, o que pode desacelerar ou até adiar os cortes na taxa Selic. Esse movimento impacta diretamente o custo do crédito, reduz o consumo e diminui o apetite por financiamento, afetando o ritmo da atividade econômica.
Para os bancos, o risco está no orçamento das famílias mais apertado: menos espaço para contratar novos empréstimos e maior chance de inadimplência. Ou seja, um fator que exige atenção e pode reduzir parte do otimismo projetado para o segundo semestre. Portanto, o segundo semestre de 2025 será um período estratégico para o setor bancário brasileiro. A combinação de inovação tecnológica, digitalização dos serviços financeiros e uma possível redução nos juros abre espaço para avanços em eficiência e inclusão.
Mas será essencial que as instituições estejam preparadas para lidar com instabilidades — sejam os efeitos do tarifaço ou da inadimplência. O momento é promissor, mas, como sempre, equilíbrio entre otimismo e cautela será a chave.