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Setor de telecomunicações dá início a uma nova era após leilão de ativos móveis da Oi

16 dez 2020, 15:55 - atualizado em 16 dez 2020, 15:55
Oi OIBR3 Telecomunicações Operadoras
A Oi realizou na segunda-feira o leilão dos seus ativos móveis, tendo levantado R$ 16,5 bilhões (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A conclusão do leilão dos ativos móveis da Oi (OIBR3) dá início a uma nova era do setor de telecomunicações no Brasil. Sem grandes surpresas, o consórcio formado por TIM (TIMS3), Vivo (VIVT4) e Claro levaram a unidade por R$ 16,5 bilhões – uma jogada que, na opinião do BTG Pactual (BPAC11), é transformacional para a indústria.

“A transação irá redefinir o setor de telecomunicações brasileiro nos próximos anos, tornando o ambiente competitivo mais racional, com potencial de aumentar a lucratividade do mercado”, comentam os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, em relatório divulgado ontem pelo banco.

Do valor total de R$ 16,5 bilhões, R$ 15,7 bilhões correspondem ao preço-base da oferta e R$ 756 milhões respondem por serviços de transição que serão prestados por até 12 meses pelo Grupo Oi às compradoras, que vão dividir os ativos entre si. A TIM, por ser a menor das três e ter pouca posição de espectro, ficará com a maior fatia (54% do espectro total, 40% dos clientes e 7,2 mil pontos de acesso) pelo valor de R$ 7,3 bilhões.

A Vivo, por R$ 5,5 bilhões, ficará com 46% do espectro da Oi, 29% da base de clientes e 2,7 mil pontos de acesso. A Claro não comprou espectro, mas terá por R$ 3,7 bilhões 32% dos clientes e 4,6 mil pontos de acesso.

As compradoras também assinaram um contrato take-or-pay de longo prazo no valor de R$ 819 milhões. A TIM é responsável pela parcela predominante (58%), seguida por Vivo (22%) e Claro (20%).

De acordo com o BTG, ao comprarem a Oi Móvel, a TIM, a Vivo e a Claro estão se beneficiando das consideráveis sinergias e do alto potencial de geração de valor.

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“Os ganhos de sinergia poderiam criar R$ 7,3 bilhões em valor extra para a TIM”, disse o BTG Pactual (Imagem: Reuters)

“Acreditamos que as sinergias podem ser grandes e virão basicamente da otimização das despesas gerais, dos custos associados com a manutenção de rede e do capex”, destacam os analistas. “Assumimos que os ganhos de sinergia poderiam criar R$ 7,3 bilhões em valor extra para a TIM, ou R$ 3 por ação (21% da capitalização de mercado da empresa). No caso da Vivo, projetamos R$ 4,6 bilhões em criação de valor, ou R$ 2,70 por ação (6% de sua capitalização de mercado)”.

Mais do que gerar valor, a aquisição dos ativos pelo consórcio bloqueia a entrada de um novato no mercado móvel brasileiro, o que garante a atuação predominante de TIM, Vivo e Claro no longo prazo.

Reestruturação

A venda da unidade móvel também representa uma mudança decisiva para a Oi e seu processo de reestruturação. O BTG destacou que a companhia já levantou o equivalente a R$ 18 bilhões em leilões, 73% dos R$ 24,6 bilhões que a operadora espera atingir com o desinvestimento dos ativos.

Antes da venda dos ativos móveis, a Oi realizou um leilão para se desfazer das torres de telefonia móvel e data centers. A empresa arrecadou cerca de R$ 1,4 bilhão. A Highline do Brasil, do grupo Digital Colony, adquiriu a unidade de torres por R$ 1 bilhão, enquanto a Titan Venture Capital comprou a torre de data centers por R$ 325 milhões.

Outro leilão está marcado para acontecer em breve. A Oi vai vender uma fatia da sua unidade de infraestrutura pelo preço mínimo de R$ 20 bilhões.

O BTG reforçou a recomendação de compra para todas as ações com cobertura no setor.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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