Setor elétrico: Goldman Sachs inicia cobertura da Auren (AURE3) recomendando compra e da Engie (EGIE3) recomendando venda

O Goldman Sachs iniciou, nesta terça-feira (7), sua cobertura de duas ações do setor brasileiro de geração de energia elétrica: para a Auren (AURE3), o banco americano recomendou compra e para a Engie (EGIE3), venda.
Além disso, no relatório, o time de analistas, encabeçado por Bruno Amorim, também reiterou a Eletrobras (ELET3) como a top pick no setor.
O banco estima que o preço médio da energia nos mercados Sudeste e Centro-Oeste ficará em R$ 220 o megawatt hora (MWh) entre 2026 e 2028 e em R$ 200 nos anos seguintes (valores reais). O valor projetado fica 9% acima da curva futura para os próximos cinco anos — apesar de ainda muito abaixo dos preços cobrados na Europa (50% mais caro) e nos EUA (20% mais caro).
Entre as justificativas para o preço acima da curva futura, os analistas veem que o modelo de precificação atualizado (Newave) se tornou mais conservador e sensível ao regime de chuvas, que devem ficar na média nos próximos de anos.
Agora, ele tende a manter os preços em patamar estável e mais realista, refletindo melhor o custo marginal de expansão do sistema.
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O banco também enxerga o fim do excesso de oferta, após anos de crescimento da capacidade instalada, e o maior custo marginal para expansão.
A recomendação de compra para a Auren, com preço-alvo de R$ 13,50, é explicada pelo banco, justamente, pela maior exposição da companhia aos preços de energia no longo prazo.
“No curto prazo, a companhia tem a maior parte de sua energia contratada por meio de PPAs (power purchase agreement, ou contratos de compra e venda)”, comentam.
Para o Goldman Sachs, a empresa, no momento, tem pouco espaço para pagar dividendos, inclusive por sua alavancagem, em 5x na relação da dívida líquida sobre o Ebitda. No entanto, com a melhora dos preços, a geração de caixa livre (FCF) deve melhorar.
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Já para a Engie, o que sustenta a recomendação de compra, com alvo em R$ 38, é a combinação entre valuation apertado e baixo potencial para o aumento de dividendos “após fortes investimentos em energia renovável nos últimos anos”.
“Caso os preços de energia superem nossas estimativas, no entanto, poderíamos tornar a nossa visão mais positiva. Há potencial de valorização adicional em nosso modelo”, ponderam.
Já para a Eletrobras, o que justifica o favoritismo é o fato de a empresa ter uma carteira pouco contratada, o que a beneficiará em um cenário de alta dos preços de energia.
O relatório destaca a taxa de retorno de 13,8% e o potencial para dividend yield de dois dígitos nos próximos anos. O único ponto de atenção é o forte desempenho das ações em 2025, com alta de 63% no ano, que já precifica parte do otimismo.