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Setores da carne bovina e suco de laranja prevêem impactos negativos de tarifa de Trump e buscam negociação

10 jul 2025, 5:10 - atualizado em 10 jul 2025, 5:10
Suco de laranja
De cada 10 copos de suco de laranja consumidos no mundo, 8 saem do Brasil (Reuters/Lisa Baertlein)

A tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para produtos importados do Brasil pegou todo o setor produtivo nacional de surpresa, que ainda avaliam impactos e medidas a serem tomadas. Entretanto, também é certo que a relevância do Brasil no agronegócio mundial fará com que o comércio de muitos produtos enfrente alterações nos parâmetros globais de negociação.

Mesmo assim, a indústria de suco de laranja antevê dificuldades ao exportador brasileiro e ainda analisa os impactos da medida. O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, afirmou que o setor foi pego de surpresa com o anúncio que envolve um choque em um relacionamento comercial que já dura décadas.

“Entendemos que essa medida afeta não apenas o Brasil, mas toda a indústria de suco dos EUA que emprega milhares de pessoas e tem o Brasil como principal fornecedor externo há décadas”, disse Ibiapaba Netto.

O Brasil é o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo, com os Estados Unidos sendo o destino de cerca de 37% das exportações brasileiras do produto.

A CitrusBR é uma associação formada por Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company, empresas líderes globais na produção da commodity. Estatísticas apontam que os EUA não devem conseguir escapar isento do aumento de custo imposto ao produto brasileiro. De cada 10 copos de suco de laranja consumidos no mundo, 8 saem do Brasil.

Carne bovina

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) também afirmou que qualquer aumento de tarifa sobre produtos brasileiros deve impactar negativamente o setor produtivo da carne bovina e representar um entrave ao comércio internacional.

A associação, que tem JBS, Marfrig e Minerva entre seus associados, disse em nota que segue atenta e à disposição para contribuir com o diálogo, “de modo que medidas dessa natureza não gerem impactos para os setores produtivos brasileiros nem para os consumidores americanos”.

Os Estados Unidos foram o segundo maior comprador da carne bovina brasileira, com participação de 12,33% no volume total exportado no primeiro semestre de 2025. As vendas mais que dobraram no período, com 181,5 mil toneladas e US$ 1,04 bilhão.

Apesar da segunda posição americana, a China lidera com folgas o posto de maior destino da carne brasileira, com mais de 50% de participação.

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fernando.antunes.ext@moneytimes.com.br
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