Coluna
Opinião

Sidnei Nehme: Brasil – indefinições prospectivas inibem tendências sustentáveis!

23 jul 2019, 13:04 - atualizado em 23 jul 2019, 13:04
Colunista fala sobre cenário econômico e possibilidades de investimentos

O mercado financeiro não consegue confirmar as projeções otimistas antecedentes ao andamento favorável da aprovação da Reforma da Previdência, havendo neste momento muita insegurança em torno das projeções sobre a retomada da atividades econômica.

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Flutuam as opiniões entre visões ainda otimistas, porém sem assentamento em fundamentos sustentáveis, e visões mais céticas considerando que as providências que vêm sendo adotadas pelo governo como sendo alinhadas estando na direção certa, porém sabendo que demandarão tempo e isto causa um relativo desalento, visto que o país tem necessidade de retomar dinamismo da atividade econômica e recuperar sua atratividade para os investimentos.

Por enquanto, o comportamento dos ativos é inseguro, um pouco para mais ou um pouco para menos, mas o quadro de incapacidade de investimentos por parte do governo, que com a Reforma da Previdência retira a pressão da severa crise fiscal mas não gera recursos e nutrindo a mesma perspectiva em torno da próxima Reforma Tributária que deverá somente desburocratizar a atividade econômica, em concomitância com a existência de expressiva capacidade ociosa no setor produtivo que inibe a propensão ao investimentos , não sugere reação imediata da atividade econômica e inibe tendências.

O governo insinua a busca de paliativos, como liberação de recursos do FGTS para os detentores de depósitos, mas está esbarrando no “cobertor curto”, pois ao pré-anunciar um nível de liberação houve imediata contestação do setor imobiliário sob a alegação que seria prejudicado, e esta é uma oposição relevante por ser um setor altamente gerador de emprego.

Afinal, a liberação que já seria paliativa nos percentuais anteriormente mencionados tende a ser fragilizada e pouco contributiva até para um espasmo de consumo.

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Não há alternativas imediatas para impulsionar a ambicionada retomada da atividade econômica que poderá gerar empregos, renda e consumo e investimentos, sendo notória que a alternativa que resta ao governo são as privatizações.

Da desestatização da economia poderá vir relevante montante de capital que viabilizará os investimentos públicos estruturais e dar alento ao setor produtivo que ao repercutir o aumento da demanda será motivado ao investimento.

O processo de privatização seguramente é a alternativa efetiva, mas o país convive com um “severo e expressivo patrulhamento ideológico” que não é contributivo ao debate harmonioso focando os interesses maiores e imediatos focando o desenvolvimento da atividade econômica.

O ambiente inflacionário sugere que o COPOM reduza até de forma abrupta a taxa SELIC, sugerindo incentivo ao investimento, porém não nos parece que esta será a reação imediata, mas sim, e isto é relevante, a troca de endividamento externo por endividamento interno, e isto impacta fortemente, como já tem impactado, no fluxo cambial para o país.

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A redução da taxa SELIC neste momento tem relevante importância sobre o comportamento do câmbio, pois o FED americano tende a proceder também a redução no juro americano, e isto inibe, diríamos totalmente, as operações de “carry trade” para geração de capitais especulativos para o Brasil.

No nosso entendimento é inconsistente a perspectiva de que com a redução do juro americano haja intensificação de fluxo de recursos para o Brasil.

A ausência de perspectivas imediatas de retomada da atividade econômica certamente tende a inibir o aguardado fluxo de investimentos estrangeiros direcionados para a Bovespa, que também perderão impulsão para o direcionamento para o mercado de juro com a redução da SELIC, e que já vem sendo inibido pela troca de endividamento externo por endividamento interno.

Enfim, o cenário prospectivo para o câmbio não se configura tranquilo e com viés de apreciação do real frente ao dólar de forma sustentável como tem sido apregoado.

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Com um contexto de curto prazo pouco promissor para a retomada da atividade econômica, a despeito do baixo CDS de 127 pontos, poderá ocorrer aversão ao risco e acentuar-se saída de capitais estrangeiros e isto poderá impactar no câmbio a vista, câmbio futuro e cupom cambial, e pressionar a taxa cambial no mercado a vista, que já carente de fluxo que vem se mantendo de forma sustentável negativo, poderá ensejar atitudes operacionais do BC fora do cardápio trivial, quem sabe até sendo levado a realizar venda de dólares efetivos à vista.

O BC certamente só adotaria esta atitude radical se ocorrer pressão muito forte, visto que os ruídos poderiam ser muito maiores do que o fato em si, e naturalmente desgastantes.

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