Simulado da Petrobras (PETR4) na Foz do Amazonas acontece sem intercorrências, dizem fontes

O simulado de emergência realizado pela Petrobras (PETR4) na Bacia da Foz do Amazonas, em águas profundas do Amapá, pode ser concluído nesta quarta-feira e, até o momento, não há registro de intercorrências, disseram duas fontes da Petrobras à Reuters na tarde desta quarta-feira.
O exercício começou na noite de domingo e é considerado pela Petrobras como a última etapa antes de o órgão ambiental federal Ibama decidir se concederá uma licença para a Petrobras realizar um poço exploratório na região.
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Procurado, o Ibama afirmou que o simulado, chamado de Avaliação Pré-Operacional (APO), continua em andamento.
“Ainda não temos notícia do simulado ter acabado e a última informação é que não tem um prazo determinado para finalizar”, disse o órgão à Reuters, adicionando que informações adicionais sobre o transcorrer ou a conclusão da APO poderão vir a ser fornecidas depois do fim da atividade.
A Petrobras busca há anos autorização para realizar um poço na região e investiu milhões de reais em infraestrutura, centros de tratamento de fauna e flora e outras medidas exigidas pelo órgão ambiental.
“Sem dúvida, é o maior investimento já feito por uma empresa no país para obter um licenciamento”, disse uma das fontes sob condição de anonimato.
A Petrobras mobilizou cerca de 400 profissionais para o exercício em curso, além de aeronaves, embarcações e a sonda para futura perfuração.
O último simulado semelhante foi realizado pela Petrobras em 2023, na Bacia Potiguar, no litoral do Nordeste.
“A expectativa é que o simulado termine hoje. Está tudo correndo bem, mas quem determina o fim é o Ibama”, disse uma fonte. Outra acrescentou: “O simulado está seguindo conforme o planejado”.
A indústria de petróleo acredita em um amplo potencial para novas descobertas de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, podendo proporcionar a abertura de uma nova fronteira exploratória, após os países vizinhos Guiana e Suriname terem feito amplas descobertas em áreas com geologia semelhante.
Entretanto, o avanço na região gera forte resistência de alguns setores da sociedade e do governo, diante de enormes desafios socioambientais.
“Estamos falando de um processo complexo, em uma área nova e sensível do ponto de vista ambiental”, disse o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, durante um evento recente.
“É uma região promissora, com geologia interessante. Como houve descobertas em países vizinhos, é lícito supor que há hidrocarbonetos, mas isso só será confirmado com a perfuração.”
O plano energético brasileiro prevê crescimento da produção de petróleo até o início da próxima década, seguido por um declínio. A indústria defende a necessidade de avançar em novas descobertas para manter o nível de produção.