Economia

Sinal de recessão? EUA contribui para déficit na balança comercial

19 ago 2022, 14:42 - atualizado em 19 ago 2022, 14:42
Exportações
Apesar da alta nas exportações para os EUA, o valor caiu: -US$ 8,9 bilhões. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Em julho, o saldo da balança comercial foi de US$ 5,4 bilhões – uma queda de US$ 1,9 bilhões em relação ao mesmo mês do ano de 2021, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No acumulado do ano, o superávit somou US$ 39,9 bilhões, também inferior ao de igual período em 2021, que foi de US$ 44,4 bilhões. Com isso, as projeções de mercado para a balança comercial oscilam entre US$ 58 bilhões e US$ 65 bilhões.

O dado que chama a atenção é o das relações comerciais com os Estados Unidos. No acumulado do ano, as exportações aumentaram 3% e as importações caíram 1,4%. Apesar da alta nas exportações, o valor caiu: -US$ 8,9 bilhões. Trata-se do maior déficit comercial do período.

No acumulado do ano até julho, as exportações aumentaram para todos os mercados, exceto China, que registrou queda de 12,8%.

O maior crescimento foi registrado para América do Sul (exceto Argentina), em 14,3%, seguido da Argentina (13,9%), União Europeia (11,9%) e Estados Unidos (3,0%). Já o crescimento para a Ásia sem a China foi nulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As importações caíram nos mercados dos Estados Unidos, Argentina e América do Sul (exceto Argentina) e aumentaram para a China (7,8%), a União Europeia (1,8%) e a Ásia (exceto China e Oriente Médio), em 30,5%.

Ao mesmo tempo, o aumento do preço também desacelerou. O resultado foi um recuo de 4,2% em valor nas exportações para a China em julho e de 0,2% no acumulado do ano.

Isso poderá levar a uma queda nas exportações para a China entre o ano de 2021 e 2022. Um fato inédito, se considerarmos a série iniciada em 2001, quando a China expandiu a sua presença no comércio internacional e para o Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Produtos

As exportações de commodities voltaram a crescer em volume, o que não ocorria desde março. O aumento foi de 2,3%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entre as principais commodities, variações positivas foram registradas em outros produtos agrícolas, exceto carnes e complexo soja (25,9%); petróleo e derivados (16,4%); minério de ferro (5,4%); e carnes (2,1%).

No entanto, no acumulado do ano, o volume exportado caiu 2,6% com queda do minério de ferro e do grupo de petróleo.

As exportações de não-commodities registraram aumento do volume ao longo do ano, crescendo 26% em valor, 7% em volume e 17,4% nos preços.

Já as importações brasileiras estão concentradas em não commodities, totalizando 92% das compras externas do Brasil no acumulado do ano. As importações das commodities registraram aumento de 68,6%, na comparação do acumulado do ano, e de 51,7%, na mensal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esses resultados são explicados pelos aumentos nos preços das commodities (66,7%, mensal, e 66,2%, no acumulado do ano até julho), sendo variações superiores aos dos preços das não commodities.

Balança comercial

O volume exportado e o importado aumentaram na comparação do mês de julho de 2021 com julho de 2022. Isso não ocorria desde abril, no caso das exportações. Para as importações, esta é a terceira e a maior variação positiva na comparação interanual mensal entre 2021 e 2022.

No acumulado do ano até julho, o volume exportado aumentou 0,6%; já para as importações, a queda foi de 0,6%.

Significa que o aumento em valor de 20,1% e de 31,6% para as exportações e importações, respectivamente, é explicado pelo aumento nos preços, um resultado que se repetiu, mensalmente, ao longo do ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Só em julho, os preços para exportação registraram variação positiva de 13,2%, enquanto o volume cresceu 3,2%. Nas importações, o aumento foi de 27,2% nos preços e de 6,1% no volume.

No acumulado do ano, os preços exportados cresceram 19,2% e o das importações, 32,1%.

Siga o Money Times no Instagram!

Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Sete dias por semana e nas 24 horas do dia, você terá acesso aos assuntos mais importantes e comentados do momento. E ainda melhor, um conteúdo multimídia com imagens, vídeos e muita interatividade, como: o resumo das principais notícias do dia no Minuto Money Times, o Money Times Responde, em que nossos jornalistas tiram dúvidas sobre investimentos e tendências do mercado, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil!

Compartilhar

Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.