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Skol e Brahma atrapalham a Ambev, e BTG Pactual não perdoa

21 jan 2020, 18:34 - atualizado em 22 jan 2020, 22:17
Skol
Acabou a festa? Skol pode sacrificar margem da Ambev, segundo o BTG Pactual (Imagem: Divulgação/Facebook/Skol)

O BTG Pactual (BPAC11) engrossou a lista de instituições pessimistas com o desempenho da Ambev (ABEV3) nos próximos meses. O banco cortou o preço-alvo de suas ações de R$ 20 para R$ 19.

O valor é praticamente o mesmo com que a maior cervejaria das Américas é negociada nos últimos dias. Nesta segunda-feira (20), por exemplo, ela fechou cotada em R$ 18,80.

O BTG Pactual também reforça sua recomendação neutra para a Ambev. Isso significa que, para o banco, o desempenho dos papéis deve oscilar numa faixa de 10% para cima, ou para baixo, em relação à média das ações do setor.

A redução do preço-alvo foi baseada no corte de outras estimativas. “Nosso ebitda 2020 [para a Ambev] e o LPA [lucro por ação] baixaram cerca de 12% cada, e estamos agora 4% e 3% abaixo do consenso, respectivamente”, afirma o relatório assinado pelos analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin.

Os números do quarto trimestre, que devem ser divulgados pela empresa em 28 de fevereiro, preocupam o banco, mas o maior problema não é o passado, mas o futuro da cervejaria. De acordo com os analistas, o ambiente não anda nada favorável para a Ambev.

Ponto fraco

O ponto fundamental é o que acontecerá com as marcas Skol e Brahma, consideradas o “coração” da cervejaria, por responderem por três quartos de seu volume de vendas. O BTG Pactual observa que, nos últimos 20 anos, o sucesso da Ambev deveu-se à sua capacidade de extrair o máximo de lucro de cada litro vendido.

Tampa da cerveja Brahma, da Ambev
Em baixa: queda da venda de bebidas alcóolicas prejudica Brahma, uma das principais marcas da Ambev (Imagem: Divulgação/Facebook/Brahma)

Mas, agora, dois fatores mudaram tudo: o aumento da competição e a estagnação do mercado brasileiro de cervejas. De um lado, as cervejas artesanais e as marcas premium avançam. De outro, estamos consumindo menos bebidas alcóolicas.

Tudo somado, o BTG Pactual nota que, há algum tempo, a Ambev busca manter ou retomar sua participação de mercado, às custas de sacrificar seus preços e, portanto, suas margens.

Embora digam que a empresa conta com um forte portfólio de marcas premium para enfrentar a sofisticação do consumo, os analistas frisam que veem “a recuperação da Skol e da Brahma como o componente mais importante por trás da capacidade da Ambev de retomar um crescimento lucrativo.”

E emendam: “acrescentamos, portanto, premissas mais conservadoras de preço e margem nas nossas estimativas de 2020, já que a Ambev se concentra, claramente, em preservar sua participação de mercado e reiniciar o crescimento do volume.”

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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