SLC Agrícola (SLCE3) registra prejuízo de R$ 14,5 milhões no 3T25 e celebra acordo de R$ 1 bilhão com FIPs do BTG Pactual
A SLC Agrícola (SLCE3) reportou um prejuízo de R$ 14,525 milhões no terceiro trimestre de 2025 (3T25). No mesmo período do ano passado, a companhia reportou um prejuízo de R$ 17,282 milhões.
A receita líquida ficou em R$ 2,087 bilhões, crescimento de 27,9% contra o 3T24. O Ebitda ajustado cresceu 14,7%, para R$ 531 milhões
A empresa celebrou também um acordo de associação com fundos de investimento em participações – FIPs administrados pela BTG Pactual Serviços Financeiros, visando à aquisição e arrendamento de terras agrícolas, investimentos em sistemas de irrigação, infraestrutura e celebração de contratos de parceria rural.
A operação prevê a constituição de sociedade(s) de propósito específico (SPEs), com participação de 50,01% da SLC Agrícola e 49,99% dos FIPs. A SLC Agrícola subscreverá capital por meio da contribuição de ativos, incluindo a Fazenda Piratini, localizada no estado da Bahia, elencada entre as fazendas participantes do projeto de irrigação divulgado pela companhia, bem como sua infraestrutura e equipamentos de irrigação.
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Os demais sócios aportarão capital em dinheiro, proporcional às respectivas participações, totalizando R$ 1,033 bilhão (R$ 914 milhões à vista e R$ 119 milhões no segundo semestre de 2026). Com esses recursos, as SPEs irão adquirir 21.471 hectares agricultáveis da Fazenda Paladino, atualmente de propriedade da SLC Agrícola.
Os recursos das SPEs e o caixa gerado serão destinados à implementação e ao desenvolvimento dos projetos de irrigação. Na Fazenda Piratini, o projeto já se encontra em andamento e, até 2026, está prevista a execução adicional de 6.303 hectares, totalizando 13.204 hectares irrigados.
Na Fazenda Paladino, o projeto de irrigação será implementado desde a fase inicial, abrangendo 14.730 hectares, dependendo de licenças para captação de água e perfuração de poços, bem como do fornecimento de energia elétrica. A expectativa é implementar o projeto de irrigação na Fazenda Paladino entre os anos de 2028 e 2030.
As SPEs serão proprietárias dos imóveis e, no fechamento da transação, celebrarão contratos de parceria rural com a SLC Agrícola e SLC Mit (parceira outorgada e operadora), para cessão em parceria dos imóveis destinados ao cultivo de grãos e fibras, com compartilhamento dos frutos obtidos.
A remuneração das SPEs corresponderá a aproximadamente 19% da produção agrícola nas áreas objeto da parceria. A parceria rural terá prazo inicial de 18 anos, com prorrogação automática a cada 3 anos.
O CEO da SLC Agrícola, Aurelio Pavinato, disse, em coletiva para jornalistas, a estratégia por trás do acordo de irrigação é monetizar as terras a preço de mercado e maximizar a eficiência operacional.
“A emissão de dívida não pareceu atrativa pelo custo alto de juros. Vamos conseguir investir sem usar capital próprio. Estamos vendendo parte da Fazenda Paladino aos investidores. A expectativa é de que o Cade aprove essa negociação”.