SLCE3, TTEN3, AGRO3 e SOJA3: O que esperar do balanço das agrícolas no 3T25
O terceiro trimestre de 2025 (3T25) será marcado por resultados distintos para as principais teses agrícolas da bolsa brasileira.
O Itaú BBA projeta uma margem sequencial pior para a 3tentos (TTEN3), sua top pick do agronegócio, devido à queda nos preços do farelo de soja. Apesar disso, as posições de hedge da empresa em níveis mais favoráveis podem resultar em resultados resilientes.
Os analistas, que recomendam compra (outperform) e preço-alvo de R$ 20 no fim de 2026 para a ação, estimam um Ebitda ajustado de R$ 310 milhões e lucro líquido de R$ 151 milhões.
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A XP Investimentos, que também recomenda compra (preço-alvo de R$ 16) para 3tentos, espera receita forte, com um crescimento de 36% na comparação com o 3T24, totalizando R$ 4,8 bilhões.
A SLC Agricola (SLCE3) e a BrasilAgro (AGRO3) divulgam seus resultados nesta quinta-feira (6), enquanto a Boa Safra (SOJA3) e a 3tentos reportam seus números nos dias 11 e 13 de novembro, respectivamente.
BrasilAgro (AGRO3)
A BrasilAgro, diferente das outras companhias, divulga seus números referentes ao primeiro trimestre da safra 2025/2026 (1T26). O período deve refletir a safra de cana-de-açúcar, com a soja também contribuindo positivamente devido a volumes adiados do 4T25, sustentando o resultado operacional atual.
“Apesar das baixas expectativas para os preços das commodities em reais e da inflação de custos generalizada, a posição de hedge avançada da empresa deve mitigar a volatilidade de curto prazo e garantir resultados estáveis no trimestre e no ano”, explicam os analistas.
O Itaú BBA projeta receita líquida de R$ 302 milhões e Ebitda de R$ 55 milhões. Os analistas contam com recomendação neutra (market perform) e preço-alvo de R$ 24 para a ação.
SLC Agrícola (SLCE3)
No 3T25, os analistas do Itaú BBA projetam uma alta de 16% no comparativo anual para as receitas (excluindo bioativos), para R$ 1,9 bilhão, impulsionada por maior contribuição de volumes.
Para o algodão, a expectativa é de que a sazonalidade típica reduza levemente os volumes no trimestre, com recuperação no próximo período.
Quanto à soja, a mesma sazonalidade deve pesar sobre volumes, mas a comparação anual será favorecida pelo adiamento de entregas do 4T24.
Por outro lado, as sementes de soja devem impulsionar os preços no 2S25, compensando parcialmente volumes mais fracos.
O milho, em contraste, deve ter um trimestre forte tanto em preços (graças a bons hedges) quanto em volumes, sustentado por alta produtividade. O Itaú BBA recomenda compra (outperform) e preço-alvo de R$ 23.
A expectativa da XP também é de um trimestre forte, impulsionado pelo milho e pela soja. Pelo lado negativo, os analistas projetam queda nas margens do algodão devido ao mix entre safra antiga e nova. A casa conta com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 18,60.
Boa Safra (SOJA3)
Para a Boa Safra, o 3T25 será crucial na definição das expectativas para 2025, dada a sazonalidade da colheita. Ao contrário do ano passado, o Itaú BBA não espera problemas com volumes de originação, sustentados por safra robusta, sementes de alta qualidade e iniciativas de diversificação de fornecedores
“No entanto, o apetite dos produtores rurais por pacotes tecnológicos mais avançados pode ser limitado por incertezas sobre o comércio global de grãos, volatilidade cambial e custos mais altos de fertilizantes e inflação na safra”, veem Gustavo Troyano, Bruno Tomazartto e Ryu Matsuyama.
Os analistas projetam um Ebitda ajustado de R$ 133 milhões, 69,4% acima do valor reportado no 3T24. A recomendação é de compra e preço-alvo de R$ 15.
Os analistas da XP, por sua vez, esperam um trimestre forte, embora isso já esteja, em grande parte, precificado pelo mercado. A recomendação para a ação é de compra, com preço-alvo de R$ 15,10.