Coluna do Vicente Guimarães

Small caps e a teoria do aquário

18 set 2023, 12:27 - atualizado em 18 set 2023, 12:27
Peixe
Já se você possui um peixe pequeno em um aquário grande a situação se inverte, pois há espaço suficiente para o crescimento. (Imagem: Pixabay)

Existem várias teorias a guiarem os investidores no mercado financeiro. Uma delas é a “teoria do aquário”. Muito simples, ela parte do princípio de que se você tem um peixe grande dentro de um aquário pequeno significa que ele não tem para onde crescer, pois não há espaço.

Já se você possui um peixe pequeno em um aquário grande a situação se inverte, pois há espaço suficiente para o crescimento.

Além de simples, essa teoria tem tudo a ver com o universo das Small Caps, que são empresas pequenas listadas na Bolsa de Valores.

O termo provém da palavra da língua inglesa “small”, que significa pequeno, e “cap”, que vem de capital. Apesar de na B3 não haver uma regra para dizer quais empresas pertencem a esse grupo em particular, podemos considerar como Small Caps companhias com valor de mercado entre R$ 1,5 bilhão e R$ 3 bilhões. Abaixo de R$ 1,5 bi são consideradas Microcaps e acima de R$ 3 bi, Mid Caps.

Pois bem, voltando à Teoria do Aquário e sua relação com a Small Caps, podemos dizer que no mercado financeiro acontece com as empresas algo semelhante aos peixes, pois elas possuem espaço para se expandirem.

Empresas com menor liquidez são esquecidas no mercado e possuem mais assimetrias de preço, tendo maior potencial de crescimento e valorização. Claro que esse aumento de valor da ação depende principalmente do crescimento dos lucros a longo prazo porque o preço do ativo acompanha o avanço do lucro.

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A vantagem de investir em Small Caps está na possibilidade de obter altos retornos a longo prazo porque elas possuem um potencial de valorização e crescimento no mercado acima das possibilidades das companhias de grande porte.

Isso associado ao fato de, geralmente, elas ficarem fora do radar, o que faz com que os preços das ações permaneçam abaixo do valor patrimonial. Assim, compra-se ativos com preços baixos que podem se elevar bastante e gerar bons lucros.

Mas há riscos também. E chegam a ser maiores do que os de companhias consolidadas. Afinal, esse tipo de ativo possui como seu principal foco o crescimento, o que exige maior atenção do que em empresas já estabelecidas. Em outras palavras, as Small Caps são mais expostas às oscilações da economia e podem ter baixa liquidez, pois o número de negociações – compra e venda – é muito menor na Bolsa.

Explicado isso, não se compra ações de Small Caps pensando em renda passiva, por exemplo. Quem deseja viver de renda passiva tende a procurar as blue chips, ações das maiores companhias que já não têm perspectivas de crescimentos acentuados, porém, pelo porte e nível de atuação no mercado, apresentam risco menor e boa capacidade para pagamento de dividendos.

Então, se o seu desejo é ver o capital crescer junto com a empresa, o caminho é adquirir ações de small caps. Mas não se esqueça de avaliar muito bem os fundamentos da empresa e verificar se o produto dela terá ou não vida longa no mercado.

Existem produtos e serviços que atendem a um momento dando a impressão de que o céu é o limite para aquela empresa. Mas com o fim da moda acabam no “baú do desinteresse”.

Ao contrário, há quem crie soluções que extrapolam soluções, mesmo passando por mudanças na roupagem. Esses crescem e prevalecem. Uma Small Cap boa é aquela que tem tudo para um dia virar blue chip, ou seja, cresce até onde o espaço do aquário permite.

CEO da VG Research
Vicente Guimarães é Doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com mais de 20 anos de experiência no mercado corporativo e financeiro. Em 2018, lançou seu canal no YouTube que atualmente possui mais de 220 mil inscritos. O sucesso do seu conteúdo inspirou a criação da VG Research, casa de análise que já orientou mais de 20 mil clientes.
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Vicente Guimarães é Doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com mais de 20 anos de experiência no mercado corporativo e financeiro. Em 2018, lançou seu canal no YouTube que atualmente possui mais de 220 mil inscritos. O sucesso do seu conteúdo inspirou a criação da VG Research, casa de análise que já orientou mais de 20 mil clientes.
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