Internacional

Sob Dilma, banco do Brics pretende começar a fazer empréstimos em real ainda este ano

28 ago 2023, 12:33 - atualizado em 28 ago 2023, 12:33
Brics Dilma Lula
Novo Banco do Desenvolvimento quer acelerar empréstimos na moeda brasileira (Foto: Ricardo Stuckert)

O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco de financiamento do Brics, pretende começar a fazer empréstimos na moeda brasileira até o fim do ano. A informação foi apurada originalmente por Assis Moreira, correspondente do Valor Econômico em Genebra neste último sábado.

Dilma Rousseff, presidente do NBD, teria tratado do assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cúpula que ocorreu em Joanesburgo na última semana.

O objetivo da presidente do NBD é que a captação de reais ocorra o quanto antes, em um processo que visa diminuir progressivamente a dependência das economias do Brics com relação ao dólar.

Dilma também teria dito que o Brasil terá a seu dispor uma linha de mais de US$ 1 bilhão de crédito pelo órgão. Com exceção da Rússia, que está impossibilitada de obter empréstimos do NBD, o Brasil é o país que menos obteve empréstimos, com cerca de US$ 580 milhões.

Brics e os entraves para a negociação nas moedas locais

Apesar do interesse em diminuir os custos de operações cambiais, e de reduzir a exposição aos juros praticados nos Estados Unidos, o uso das moedas locais em comércio e transações financeiras encontra resistências, sobretudo, da Índia.

A segunda maior economia do bloco entende que as negociações podem acabar ampliando a dominância da China sobre os demais membros, quando a própria Índia pretende apoiar o seu projeto de fortalecimento cambial.

Além disso, há dúvidas sobre como a entrada dos novos seis países — Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Argentina, Egito e Irã —  impactará a distribuição das negociações em moedas locais. Dentre eles, apenas Egito e os Emirados Árabes Unidos já compõem o banco dos Brics.

Conforme o plano do Novo Banco de Desenvolvimento para o quadriênio 2022-2026, é previsto que 30% de todo o financiamento ocorra nas moedas de Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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