Soja atinge menor valor em 6 semanas em Chicago, com a China comprando cargas argentinas

Os contratos futuros de soja dos Estados Unidos atingiram o menor valor em seis semanas nesta terça-feira (23), sob pressão da falta de demanda chinesa e do aumento da concorrência com as vendas de exportação da Argentina, segundo analistas.
O mercado terminou ainda em leve alta, em uma recuperação técnica, disseram os traders.
Os futuros do trigo também se recuperaram após estabelecerem mínimas contratuais, com um esperado aumento das exportações argentinas pesando sobre o mercado de cereais em meio a uma ampla oferta global.
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Na segunda-feira, a Argentina eliminou temporariamente os impostos de exportação sobre a soja, grãos e seus subprodutos, bem como sobre a carne bovina e de aves, em uma tentativa de acelerar as vendas no exterior e arrecadar os tão necessários dólares para sustentar o peso.
Os compradores chineses, então, reservaram pelo menos 10 cargas de soja argentina, segundo três traders, causando outro revés para os agricultores americanos, já excluídos de seu principal mercado e atingidos por preços baixos.
A China ainda não comprou cargas de soja da safra dos EUA, um atraso incomum, e a janela para possíveis negócios estava diminuindo, disseram os traders.
A soja novembro fechou em alta de 1 centavo, a US$ 10,12 por bushel. O contrato mais ativo caiu mais cedo para US$10,05 por bushel, seu nível mais baixo desde 12 de agosto.
“Ficamos um pouco sobrevendidos, especialmente na soja”, disse Ted Seifried, estrategista-chefe de mercado da Zaner Ag Hedge.
As esperanças de uma retomada do comércio de soja dos EUA com a China foram frustradas quando uma ligação na sexta-feira entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, não trouxe nenhuma notícia sobre as commodities agrícolas.
O milho dezembro subiu 4,50 centavos, a US$4,2625 por bushel.
O trigo subiu 9,75 centavos, a US$5,20-1/2 por bushel, depois de cair mais cedo para uma mínima contratual de US$ 5,0725.