Grãos

Soja: mercado pagará para os EUA plantarem mais contra produtividade e estoques menores

04 jan 2021, 10:20 - atualizado em 04 jan 2021, 10:42
Soja
Alta da soja estará ligada à necessidade de aumento do plantio nos Estados Unidos, entre outros fundamentos (Imagem: Unsphash/@mpetrick)

O desenho da próxima safra de soja dos Estados Unidos oferece os sinais para a commodity trabalhar no topo de preços em Chicago. Pressionada pela demanda chinesa firme, dois pontos são centrais: redução da produtividade e corrosão perigosa dos estoques finais.

Para compensar a “leve” queda da quantidade do grão que sairá das lavouras, até agora prevista para o ciclo 21/22, afetando o disponível lá na frente, o analista Marcos Araújo acredita que os “produtores americanos serão incentivados a aumentarem a área através das cotações”.

O sócio-diretor da Agrinvest Commodities se baseia em dados do Economic Research Service (ERS), ligado ao Departamento de Agricultura (USDA), que aponta 51,60 bushel por acre (bpa) – ou 57,83 sacas por hectare – para uma área a ser plantada de 36,02 milhões de hectares.

“A produtividade está dentro das tendências, mas abaixo do nível recorde acima de 58 sc/ha”, afirma.

Em termos de estoques finais, a previsão, que ele considera no limite para não descer mais a níveis críticos, é de 4,65 milhões de toneladas.

O contrabalanço desejado seria, para o analista, ganho maior de área do que o já calculado, de 6 a 7 milhões de acres (2,4 a 2,8 milhões/ha).

A safra americana começa a ser plantada em abril, em algumas regiões do Sul. E a soja brasileira, já colhida integralmente ao final de fevereiro, estará no protagonismo.

Mas o mercado vai trabalhar com os mesmos fundamentos que se observou nos últimos três meses: desde que a soja brasileira praticamente se esgotou, os chineses se voltaram para a oleaginosa dos Estados Unidos, ocasionando em preços que ultrapassam US$ 13,4 o bushel nesta segunda (4), com a ajuda do clima no Brasil e Argentina.

Em novembro de 21, segundo Marcos Araújo, o basis no interior dos Estados Unidos (prêmio que reflete a diferença entre o preço físico e o preço de bolsa) projetado é de US$ 0,45 por bushel.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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