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Sonho acabou: GM e Honda enterram projeto de carro elétrico popular

29 out 2023, 12:00 - atualizado em 27 out 2023, 17:25
GM Carros Elétricos Honda Carro Popular
O fim do sonho do carro elétrico popular. (Imagem: Sorapong’s Images/Canva Pro)

No ano passado, Honda e GM haviam firmado um acordo de colaboração sob uma promessa ousada: revolucionar o mercado de carros elétricos com o desenvolvimento de modelos a preços mais acessíveis.

A parceria levava em conta o know-how tecnológico e de design das duas montadora, além do uso da bateria de última-geração da GM, chamada de Ultium, para a produção de milhões de veículos elétricos com custo inferior a US$ 30 mil.

O foco das montadoras era a inclusão desta nova tecnologia em modelos mais compactos em mercados como Estados Unidos, China e possivelmente o Brasil.

Mas o entusiasmo das montadoras não resistiu a mudanças nas condições de mercado, com o aumento dos juros e redução da demanda pesando contra as montadoras.

“Após extensos estudos e análises, chegamos a uma decisão mútua de descontinuar o programa”, disse o porta-voz da General Motors em um e-mail.

O fim do acordo já havia sido prenunciado pelo CEO da Honda Motors, Toshihiro Mibe, em uma declaração feita a Bloomberg TV no início da semana. Segundo ele, um “programa de carros acessíveis seria difícil como negócio”.

Com isso, o investimento previsto US$ 5 bilhões em novos lançamentos ficou descartado. Apenas dois modelos foram produzidos pela curta parceria: os SUVs Honda Prologue e Acura ZDX, que não foram disponibilizados no mercado brasileiro.

Agora, GM e Honda devem seguir seus caminhos separados, focando no lançamento de veículos acessíveis. A GM

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GM cita impacto de greve

Pelo lado da GM, a decisão de se concentrar em sua própria receita teve também influência das greves em suas plantas nos Estados Unidos. As greves do sindicato United Auto Workers (UAW), que começaram ainda em setembro, tem custado a GM cerca de US$ 200 milhões por cada semana em paralisação.

A GM enfrenta uma greve também no Brasil, desde a última segunda-feira (23). O objetivo dos grevistas é a reversão das demissões anunciadas por e-mail e telegramas.

A ação do sindicato dos metalúrgicos impacta a produção das unidades de São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, todas no Estado de São Paulo.

A GM culpou a queda das vendas no mercado interno e das exportações. A montadora também afirmou que as estimativas de venda e produção para 2024 foram reduzidas.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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