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S&P 500 bate recorde de valuation e acende sinais de alerta, diz Bank of America

20 out 2025, 14:50 - atualizado em 20 out 2025, 14:50
S&P 500
Bank of America vê o S&P 500 com valuation recorde e riscos crescentes — de crédito privado a impactos da inteligência artificial. (Imagem: REUTERS/Lucas Jackson/File Photo)

O S&P 500 está estatisticamente caro. De acordo com o Bank of America, embora o índice seja composto por empresas de alta qualidade e com menor alavancagem, ele já supera as avaliações observadas durante a bolha das empresas de tecnologia dos anos 2000 em nove das 20 métricas acompanhadas pelo banco.

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A estrategista Savita Subramanian destaca que indicadores como valor de mercado sobre PIB, preço sobre valor patrimonial, fluxo de caixa operacional e valor da firma sobre vendas atingiram níveis recordes. Outras métricas — como preço/lucro e EV/EBITDA — também estão acima das referências de março de 2000.

“O S&P atual é de maior qualidade, mais leve em ativos e menos alavancado. Mas os riscos estão crescendo, e o piso de valorização do índice provavelmente é mais baixo do que os níveis atuais”, afirma o relatório.

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Segundo o Bank of America, cinco fatores aumentam a vulnerabilidade do índice:

  • Sinais de mercado baixista: cerca de 70% dos indicadores que historicamente antecedem ciclos de queda já foram acionados, incluindo relações preço/lucro elevadas e deterioração de métricas de crédito.
  • Efeitos da inteligência artificial sobre o consumo: o avanço da IA pode reduzir a demanda por serviços profissionais — justamente o segmento que mais impulsionou o consumo desde os anos 1980.
  • Riscos no crédito privado: desde a crise de 2008, o crédito privado substituiu os grandes bancos no financiamento corporativo, mas os riscos no setor aumentam. O relatório cita um “nó górdio” envolvendo big techs, fundos e até o governo dos EUA.
  • Incerteza macroeconômica: as tensões comerciais entre EUA e China e a paralisação parcial do governo americano reduziram a visibilidade econômica, travando a retomada da atividade.
  • Resultados corporativos mistos: enquanto empresas industriais demonstram cautela, bancos exibem otimismo contido — mas com possíveis “baratas escondidas”, segundo o BofA.

“Na nossa visão, os bancos regulados estão mais bem capitalizados e, portanto, mais protegidos contra o ciclo de crédito — mas o S&P 500 pode estar vulnerável por outro motivo: liquidez”, observa Subramanian.

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O banco também alerta para a crescente dependência dos investidores de fundos passivos atrelados ao S&P 500 e de ativos de private equity. Caso o mercado de crédito privado enfrente turbulências, fundos de pensão e outros investidores poderiam ser forçados a vender cotas de ETFs para cobrir perdas e obrigações, ampliando a pressão sobre o índice.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.