AgroTimes

Spread dos frigoríficos é bem menor que o desconto de até 16% do preço do boi

22 out 2021, 15:34 - atualizado em 22 out 2021, 16:02
Argentina,Carnes
Margens dos frigoríficos também ficaram mais estreitas com a crise da vaca louca (Imagem: REUTERS/Marcos Brindicci)

A perda de 14% a 16% de valor da @ bovina desde que a China saiu das compras não se transforma direta e integralmente em ganho de margem para os frigoríficos.

O spread só poderia ser o maior em dois anos, como se tem comentado no mercado, se as indústrias estivessem comprando o boi atualmente a R$ 260/265 em São Paulo e vendendo a carne no mercado interno pelo mesmo valor do início da crise da vaca louca, em 3 de setembro.

Assim dito, fica o exemplo do Frigorífico Boa Carne, ainda pequeno, inaugurado este ano no Mato Grosso, e sem habilitação para exportar.

O boi caiu de R$ 295 para R$ 250 a @ até ontem na região de Colíder, mas a carne negociada perdeu R$ 3 o quilo no mesmo período de quase 50 dias, afirma Ovaldir Mançano, sócio-proprietário. Descontados outros fatores de custos.

A empresa estava pagando até um pouco mais, mas teve que parar e só vai voltar às compras na semana que vem, torcendo para que a situação melhore e possa voltar a matar 500 animais diários novamente.

“Só o JBS [JBSS3] está bancando os R$ 250”, diz o empresário, que reclama de estar operando sem margem, apesar de a folga na programação de abate no estado esteja entre as maiores do Brasil, em 10 dias aproximadamente.

Sim, os grandes conseguem administrar melhor o achatamento do spread por possuírem outros canais de venda, boi a termo e boi próprio, mas mesmo assim também operam com margens mais estreitas porque estão sem o principal comprador, a China, de onde vem a principal formação de margem.

No atacado paulista, maior centro distribuidor e consumidor de carne bovina, em setembro o Cepea calculou recuo de 3,65% o quilo da carcaça casada, quando superou pouca coisa a média de R$ 20, embora o traseiro ainda esteja melhor pela menor dependência da massa consumidora.

Nesta sexta (22), já está em R$ 17/kg, avançando em novas máximas acumuladas de desvalorização, seguindo a queda na porta fábrica.

Se não chega para o consumidor essa redução, é outra história, talvez porque a cadeia esteja tentando desovar estoques pagos mais altos.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar