Dívida Pública

Spreads de países emergentes e desenvolvidos mostram “convergência desagradável”

16 mar 2020, 16:32 - atualizado em 16 mar 2020, 16:32
Mercados Europa Dax
Mais rigor: mercado financeiro está menos tolerante a problemas fiscais nos países desenvolvidos (Imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach

Os países desenvolvidos e os emergentes estão cada vez mais parecidos – pelo menos, do ponto de vista do mercado financeiro.

Uma prova é a aproximação dos spreads dos títulos públicos dos dois grupos, segundo uma pesquisa publicada na Vox, portal de artigos acadêmicos mantido pelo CEPR (Centre of Economic Policy Research), uma rede de 700 pesquisadores da Europa.

Assinado por Benjamin Born, Gernot Müller, Johannes Pfeifer e Susanne Wellmann, o artigo analisa a situação de 21 países desenvolvidos e 17 emergentes (incluindo o Brasil).

Entre as constatações do estudo, está o de que a volatilidades dos spreads tem aumentado nas nações mais ricas, enquanto se estabiliza nos países em desenvolvimento.

Spread de países emergentes e desenvolvidos

O spread foi medido pela diferença entre as taxas de juros de títulos emitidos por governos em moeda estrangeira, e os investimentos livres de risco na mesma moeda. O que o grupo encontrou foi um estreitamento da curva dos dois grupos de países, desde a crise financeira de 2008.

O desvio médio do spread dos países emergentes, em relação aos desenvolvidos, caiu de 3,94% para 2,29% no período. Mas o mérito não foi, necessariamente, dos emergentes. Isto porque, segundo o estudo, o spread pago pelos títulos de países ricos subiu de 0,32% para 2,22%.

Choque

Chamado de “choque de spread” pelos pesquisadores, o fenômeno mostra que as economias desenvolvidas se tornaram mais vulneráveis na última década.

Embora nem todos os choques sejam administráveis pelos governos locais, os articulistas observam que a convergência das curvas é um sinal de que o mercado financeiro está menos tolerante com os fundamentos da economia nos países ricos.

“Isto pode ocorrer, porque os fundamentos parecem menos benignos nas economias desenvolvidas, ou porque os padrões para empréstimos subiram”, dizem os pesquisadores. “De qualquer modo, os gestores públicos, nas economias avançadas, estão mais expostos à disciplina do mercado”.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
Linkedin
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.