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Stone está pronta para uma forte recuperação (e a Linx vai ajudar nisso)

12 ago 2020, 12:15 - atualizado em 12 ago 2020, 12:28
Stone Pagamentos
O BTG Pactual manteve a recomendação de compra para a ação da Stone, com preço-alvo em 12 meses de US$ 51 (Imagem: LinkedIn/Stone)

A Stone (STNE) está preparada para acelerar suas aquisições de empresas de software. Na noite desta terça-feira (11), a companhia confirmou a compra da Linx (LINX3) por R$ 6,4 bilhões, dando fim aos rumores sobre a possibilidade de um acordo entre ambas as companhias.

A operação envolve uma fusão de ações no Brasil. Cada ação da Linx será trocada por uma nova ação preferencial de classe A e B da Stone. A empresa de pagamentos pagará R$ 33,76 por papel da Linx.

A conclusão da transação está sujeita a condições precedentes usuais, dentre elas a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Se não houver o fechamento do acordo, a Stone precisará pagar uma multa de R$ 605 milhões à Linx, que também deverá pagar um valor equivalente à Stone caso realize uma operação com outra empresa que apresente uma oferta melhor.

Melhor oportunidade

Eduardo Rosman e Thomas Peredo, analistas do BTG Pactual (BPAC11), acreditam que a combinação com a Linx ajudará a Stone a se preparar para uma grande recuperação, apesar da integração ser desafiadora.

“A Linx parece ser uma das melhores combinações de larga escala, e já estava entrando no meio de pagamentos com o lançamento do Linx Pay no fim de 2018”, destacam os analistas. “Integrar as duas companhias não será fácil, mas acreditamos que a Stone manterá seu mantra de qualidade de serviços”.

O BTG reitera a recomendação de compra para a ação da Stone, com preço-alvo em 12 meses de US$ 51.

Visibilidade limitada

Na avaliação da Ágora Investimentos, a visibilidade sobre o negócio ainda é baixa. Embora ela reconheça que a parceria pode ajudar a Linx a ganhar força, principalmente em distribuição, as perspectivas para a Stone parecem ser mais limitadas.

Linx
De acordo com a Ágora Investimentos, a parceria pode ajudar a Linx a ganhar força, principalmente no que diz respeito à distribuição (Imagem: Money Times)

“Um dos caminhos de crescimento mais promissores para Stone é a distribuição de serviços financeiros digitais, como crédito e seguros fornecidos por terceiros. Se essa transação com a Linx é apenas um trampolim para que isso seja possível, ótimo. Se, no entanto, a ideia for apenas replicar de forma integrada o modelo com ISVs (fornecedores independentes de software) visto nos Estados Unidos e em outros países, as perspectivas seriam menos promissoras, a nosso ver”, afirmam Fred Mendes e Luiza Mussi, analistas da corretora.

Segundo Mendes e Mussi, a Stone se beneficiaria mais unindo forças com marketplaces e bancos digitais no momento, e não com um desenvolvedor de software como a Linx.

“Dado o histórico de Stone, esperaríamos que a empresa estivesse seguindo uma solução de software mais completa antes de poder entender e conhecer melhor as necessidades de seus clientes em outras frentes (como crédito e seguro). Agora, antes que possamos ver Stone se aproximando desse atraente mercado de serviços financeiros digitais, veríamos a empresa tentando fundir suas operações e digerir uma transação considerável”, complementam.

Para o papel da Linx, a Ágora reforça a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 27.

Resultados

O lucro líquido da Linx encolheu 77,5% no segundo trimestre de 2020 ante o mesmo período do ano passado, tendo o montante fechado em R$ 2,8 milhões. Em termos ajustados, o lucro teria sido de R$ 12 milhões, representando um avanço de 175,1%.

A receita operacional líquida subiu 10,8% e atingiu R$ 213,4 milhões. O Ebitda, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, totalizou R$ 49,4 milhões, recuo anual de 11,6%.

No caso da Stone, o lucro líquido caiu 28%, para R$ 123,6 milhões, impactado pelas despesas relacionadas à pandemia de covid-19.

A receita, por outro lado, cresceu 14% e chegou a R$ 667,4 milhões.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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