StoneX eleva previsão de consumo de gasolina no Brasil em 2025 por maior mistura de etanol

A StoneX elevou sua previsão para o consumo brasileiro de gasolina em 2025 em aproximadamente 1,1 bilhão de litros, para um recorde de 46,5 bilhões de litros, com impulso da competitividade da gasolina a partir da decisão do governo de elevar a mistura de etanol no combustível fóssil vendido nos postos.
Com a revisão, a StoneX prevê um aumento de 4,9% nas vendas de gasolina nos postos de combustíveis ante o ano passado.
“O indicador (de vendas da gasolina), portanto, deve superar os valores de 2023, tornando-se o melhor ano da série histórica para o consumo de gasolina C”, disse em nota a analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Isabela Garcia.
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A partir de 1º de agosto, o governo vai elevar a mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, conforme decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na véspera.
Com a mudança na mistura, a StoneX prevê ainda um aumento de 760 milhões de litros de demanda por anidro em 2025 — já contabilizando tanto o impacto direto em si do aumento de mistura quanto a possibilidade de um incremento no consumo de gasolina frente ao etanol hidratado.
Enquanto isso, o etanol hidratado, concorrente direto da gasolina nas bombas, deve registrar retração de 7,8% no ano, com volume estimado em 20 bilhões de litros, ante 21,2 bilhões de litros na estimativa anterior.
“Isso porque, com a ampliação na demanda por anidro, o setor produtivo precisará se reorganizar para atender o novo contexto — ou seja, no caso da estrutura de produção brasileira, as usinas de cana precisarão desviar seu mix produtivo do açúcar ou do hidratado para atender o consumo de anidro”, disse o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Marcelo Di Bonifácio, em nota.
Bonifácio afirmou ainda em nota que a paridade entre etanol e gasolina nas bombas, em 2025, não registra as mesmas cifras do ano passado.
“No primeiro trimestre de 2024, por exemplo, essa relação de preços girava em torno de 60%-61% no Estado de São Paulo, extremamente favorável ao etanol hidratado. Já este ano, essa paridade estacionou ao redor de 67%, ainda benéfica ao etanol, mas em um nível que tem trazido diminuição ao consumo”, disse Bonifácio.