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Strategy room: Como desenhar a estratégia de um conglomerado

10 out 2022, 17:20 - atualizado em 10 out 2022, 17:20
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“Ao mesmo tempo em que trazem diversificação de receita e ganho de eficiência, a criação e desenvolvimento de um conglomerado implica em uma série de desafios para a gestão desses múltiplos negócios”, afirmam Heverton Peixoto e Moema Machado, da Wiz (Imagem: Pixabay/ StartupStockPhotos)

A estratégia de criar um ecossistema de negócios com diferentes frentes de atuação exige um planejamento minucioso. Para que um conglomerado seja bem-sucedido, é fundamental adotar um método que assegure gestão e escalabilidade do negócio, fomentando sinergias, sem comprometer a adaptabilidade e a velocidade.

A criação do conglomerado visa diversificar os negócios e, como consequência desse movimento, gerar diferentes fontes lucrativas. Além disso, os ecossistemas tendem a proporcionar ganhos de produtividade e redução de custos, além de estarem menos vulneráveis às oscilações de mercado. Logo, reduzem os riscos de investimento e proporcionam maior segurança aos acionistas.

Na Ásia e nos Estados Unidos, é muito comum a concentração de grandes conglomerados, que contribuem significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Países como China, Coreia do Sul e Japão contam com grupos econômicos compostos por empresas de segmentos variados e que lideram os respectivos mercados há décadas

No entanto, ao mesmo tempo em que trazem diversificação de receita e ganho de eficiência, a criação e desenvolvimento de um conglomerado implica em uma série de desafios para a gestão desses múltiplos negócios.

Accountability é essencial para criar conglomerados bem-sucedidos

Heverton Peixoto wiz
“Diversificar os negócios e criar um grupo com empresas de diferentes atuações é uma boa alternativa para evitar sobressaltos do mercado”, afirma Heverton Peixoto (Imagem: Divulgação/ Wiz/ Paulo Negreiros)

Para o leitor entender com mais clareza, costumo fazer uma analogia com o corpo humano. Assim como nossos órgãos, cada unidade de negócio tem uma função diferente e atua de maneira autônoma, mas interdependente. É preciso trabalhar em função da vida e contribuir para a sobrevivência do organismo.

O conceito accountability traz uma linha tênue relevante entre a responsabilidade e a liberdade para garantir o senso de grupo.

Ele reforça o compromisso com visão de dono, valoriza o ambiente de confiança e as relações altruístas, a abertura à comunicação e ao feedback construtivo, o incentivo ao trabalho em equipe, a identificação de oportunidades constantes de melhoria para assegurar maior agilidade e eficiência, num plano voltado para o todo. Caso contrário, a corporação vira um “Frankenstein”.

As lideranças precisam estar em sintonia e pautar as suas equipes com o mesmo método. Desta forma, é possível direcionar todas as unidades de negócios para a consolidação de um caminho único, planejar a longo prazo e ter uma visão central do ecossistema. O método é a linguagem que conecta e direciona todas as empresas.

Nesse cenário, é importante ter clareza de processos, fluxos e obrigações, bem como fortalecer a cultura organizacional. Assim, cada sistema é protagonista e responsável pelas suas atividades e resultados, sempre atentando para o propósito, a missão, a visão, os valores, as metas, os objetivos e os atributos esperados enquanto conglomerado.

Cada unidade de negócio tem suas particularidades, hábitos e costumes. Contudo, as empresas que compõem o mesmo grupo precisam atuar com boas práticas de governança e compliance, a partir de um modelo de gestão único e que direciona todas as unidades para o objetivo comum.

Além disso, as unidades não só podem como devem ser protagonistas, cada uma em sua frente específica de atuação. Mas desde que com geração de vantagem para todo o grupo, seja na redução de risco ou como barreira de entrada, atuando com sinergia estratégica.

Um exemplo de conglomerado bem-sucedido é a multinacional sul-coreana LG, que fabrica desde celulares, televisores e computadores, até eletrodomésticos e produtos petroquímicos. Por isso, caso o mercado consumidor de eletrônicos sofra retração, como aconteceu na pandemia devido à escassez de matéria-prima, a empresa tem outros segmentos que contribuem na composição dos resultados financeiros.

Nos Estados Unidos, um dos conglomerados que se destaca pelo tamanho e lucratividade é a Berkshire Hathaway, cujo principal acionista, presidente do conselho e diretor executivo é Warren Buffett. O grupo gerencia uma gama de empresas subsidiárias, entre elas as dos ramos de seguros como a GEICO e a General Re; grupos de energia, de vestuário, construção, serviços de voo, varejo e finanças.

Portanto, diante da instabilidade da economia global, entendo que diversificar os negócios e criar um grupo com empresas de diferentes atuações é uma boa alternativa para evitar sobressaltos do mercado. Entretanto, fica claro que é necessário método, planejamento e uma estratégia bem definida para que todas as unidades de negócio consigam caminhar na mesma direção e alinhado ao modelo de gestão.

*Colaborou Moema Machado, Partner Superintendente de Estratégia e Gestão do Negócio da Wiz.

CEO da Omni
CEO da Omni. Graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por quatro anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e um ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.
CEO da Omni. Graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por quatro anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e um ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.
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