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Streaming faz barulho, mas negócio ainda não compensa em transmissões esportivas

09 dez 2022, 8:52 - atualizado em 09 dez 2022, 18:16
Casimiro
(imagem: Reprodução/Instagram)

Os recordes alcançados pelo influenciador brasileiro Casimiro Miguel em transmissões de jogos da Copa do Mundo do Catar chamaram a atenção e aumentaram os questionamentos sobre o futuro das transmissões ao vivo e o monopólio da Globo.

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Mas, apesar de muito atrativos e com ótimos resultados, o modelo adotado pelas chamadas big tech ainda não encontraram um jeito de ser rentáveis na mesma proporção dos investimentos feitos.

Casimiro coleciona recordes com a Copa

No jogo entre Brasil e Coreia do Sul, pela oitavas de final da Copa do Mundo do Catar, a Globo alcançou 52 pontos no Ibope no Rio de Janeiro e em São Paulo. Cerca de 80% das televisões ligadas estavam sintonizadas na emissora na hora do jogo.

Já o influenciador Casimiro Miguel também comemora os resultados obtidos com suas transmissões na Copa do Mundo. Ele fez 5,2 milhões de usuários simultâneos durante a partida, o que faria ele ficar em segundo lugar no ibope de fosse uma emissora.

O recorde anterior pertencia ao Facebook Watch, que anunciou um pico de 4,3 milhões de usuários simultâneos durante a final da Champions League de 2020, entre Bayern de Munique e PSG, decisão que teve em campo o craque brasileiro Neymar, pelo time francês, que acabou derrotado por 1 a 0. O recorde foi batido ainda no primeiro tempo, quando a CazéTV registrava 4,37 milhões no YouTube e 300 mil na Twitch

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Foram 5,4 milhões de aparelhos diferentes conectados via YouTube e Twitch, mais de 1,66 milhão de conexões simultâneas por minuto de jogo ao vivo, mais de 669 milhões de views em todos os canais e redes, sendo 1,7 milhão de aparelhos conectados, em média, por minuto de jogo.

Segundo a plataforma PlayBoard, que analisa todas as transmissões desde janeiro de 2020, a transmissão mais assistida no período era até então a do lançamento de um foguete da SpaceX, de Elon Musk, que reuniu 4,08 milhões de espectadores em maio daquele ano. O YouTube não faz um ranking sobre qual seria a maior transmissão, mas o jornal britânico The Guardian registra que, em 2012, a queda do paraquedista supersônico Felix Baumgartner foi acompanhada por mais de 8 milhões de pessoas.

Mudanças na transmissão ainda não têm mesmo alcance

A negociação com Casimiro veio depois de uma briga que chegou a parar na justiça entre Globo e Fifa e terminou com a emissora abrindo mão dos direitos de transmissão digital.

Desde 2020, a Fifa procurou negociar esses ireitos. Disney, Warner Bros., Discovery, YouTube,TikTok e todos os grandes players foram abordados, mas não fecharam acordo devido ao valor pedido.

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As big techs tem tentando entrar no mercado de transmissão de eventos, mas o modelo de negócio ainda não é rentável por si, necessitando de exploração diferencial e multiplataforma.

Nos Estados Unidos, o Google e Apple disputam para transmitir os jogos da NFL aos domingos. O contrato atual, de US$ 1,5 bilhão com a DirectTV deve ser negociado entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões, mas a própria empresa detentora dos direitos atualmente tem prejuízo anual de US$ 500 milhões.

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Editor
Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, é editor de política, macroeconomia e Brasil do Money Times. Com passagens pelas redações de SBT, Record, UOL e CNN Brasil, atuou como produtor, repórter e editor.
matheus.caselato@moneytimes.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, é editor de política, macroeconomia e Brasil do Money Times. Com passagens pelas redações de SBT, Record, UOL e CNN Brasil, atuou como produtor, repórter e editor.