Por que essa ação ganhou as carteiras dos gestores

O resultado do segundo trimestre da Sabesp (SBSP3) não surpreendeu quem acompanha de perto a companhia.
Pelo contrário: foi amplamente telegrafado por quem entende o negócio, conversa com a gestão e observa as transformações operacionais em curso.
Ainda assim, os números vieram acima do consenso de mercado e isso diz muito sobre como a empresa ainda é subestimada por boa parte dos gestores e investidores.
A receita líquida atingiu R$ 5,64 bilhões, com custos controlados e um mix tarifário favorável.
O Ebitda chegou a R$ 3,40 bilhões e o lucro líquido foi de R$ 1,82 bilhão, ambos superando as projeções mais otimistas.
Além disso, a redução das despesas financeiras contribuiu para a robustez do resultado. O mercado reagiu com força: as ações subiram quase 10% no dia da divulgação.
A Sabesp é hoje a maior posição de alguns fundos de ações, e não por acaso.
Trata-se de uma companhia que está passando por um processo profundo de transformação, impulsionado pela privatização e pela entrada da Equatorial como controladora.
As metas de universalização do saneamento, aliadas à necessidade de retorno sobre o capital investido, criam um ambiente de pressão positiva por eficiência, inovação e entrega.
É importante destacar que os analistas de sell side têm feito um trabalho competente na cobertura da empresa.
Mesmo assim, os resultados vêm superando as estimativas, o que reforça a tese de que há um descompasso entre o que está sendo precificado e o que está efetivamente sendo entregue.
Isso ocorre, em parte, porque muitos ainda olham para a Sabesp com os óculos do passado, como uma estatal com limitações operacionais e desafios estruturais. Essa visão já não se sustenta.
A nova Sabesp é uma empresa com capacidade de crescimento, proteção contra inflação e valuation atrativo.
O BTG Pactual, por exemplo, mantém a companhia como uma de suas top picks, justamente por enxergar esse conjunto de atributos.
Mas o que mais impressiona é a velocidade com que as melhorias estão sendo implementadas. A gestão tem clareza sobre os objetivos e está executando com disciplina e foco.
Para quem acompanha o setor de infraestrutura e saneamento, é evidente que não há tempo a perder. A dívida tomada pela Equatorial para viabilizar a operação exige retorno, e isso se traduz em metas agressivas de eficiência e expansão.
O investidor que entende essa dinâmica percebe que há uma janela de oportunidade relevante e que o mercado ainda não precificou integralmente esse potencial.
Em um ambiente de juros elevados e maior seletividade por parte dos investidores, empresas com fundamentos sólidos, capacidade de geração de caixa e proteção contra inflação tendem a se destacar
. A Sabesp reúne todos esses elementos, além de estar inserida em um setor essencial e com demanda crescente.
O segundo trimestre foi apenas mais uma evidência de que a tese está se materializando.
Para quem ainda tem dúvidas, vale a pena olhar além dos números e entender o que está realmente acontecendo dentro da companhia.
A Sabesp está deixando de ser uma promessa e se consolidando como uma realidade e o mercado começa, aos poucos, a reconhecer isso.