Sucessor de Warren Buffett, Greg Abel é bilionário com fatia menor em ações da Berkshire Hathaway

Warren Buffett, presidente da Berkshire Hathaway, apontou Greg Abel como seu sucessor para o comando na empresa.
No entanto, o bilionário, que assumirá como CEO da companhia ainda este ano, possui uma parte relativamente pequena de sua riqueza atrelada às ações da Berkshire.
Com um patrimônio líquido estimado em US$ 1 bilhão, Abel tem cerca de US$ 175 milhões investidos em ações da Berkshire, o que representa aproximadamente 18% de sua fortuna total.
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Essa proporção contrasta significativamente com a participação de Warren Buffett na empresa. A fatia do “Oráculo de Omaha”, avaliada em cerca de US$ 160 bilhões, é mil vezes maior do que o valor das ações detidas por Abel.
Além disso, a estrutura de riqueza de Abel também difere da de outros CEOs não fundadores de empresas trilionárias, como é o caso de Tim Cook, cuja participação na Apple equivale a cerca de 38% de seu patrimônio líquido, e Sundar Pichai, com 33% de sua fortuna na Alphabet.
Greg Abel, de 62 anos, construiu a maior parte de sua riqueza a partir dos rendimentos de uma recompra de ações realizada em 2022. Nessa operação, a Berkshire adquiriu a participação de US$ 870 milhões que o bilionário possuía na Berkshire Hathaway Energy, subsidiária que dirigiu de 2008 a 2018.
Desde que foi promovido a vice-presidente da Berkshire em 2018, Abel recebeu cerca de US$ 20 milhões por ano em salário e bônus. Assim como outros executivos da empresa, ele nunca recebeu participação acionária como parte de seu pacote de remuneração durante esse período.
O que pode mudar com a “passagem do trono” da Berkshire
A participação relativamente menor do bilionário na Berkshire levanta questões sobre possíveis mudanças futuras na estrutura da empresa. Observadores de longa data do modelo de gestão de Buffett questionam se Abel poderá alterar a estrutura de remuneração da alta administração ou o modelo de classe dupla das ações da companhia.
De acordo com Charles Elson, diretor fundador do Weinberg Center for Corporate Governance, sob a administração de Buffett, poucos questionavam a estrutura de classes de ações ou seu salário, pois ele estava fortemente investido na empresa.
No entanto, com a chegada de um novo líder, que não é o fundador, “as pessoas começam a fazer perguntas”, afirmou ele à Bloomberg.
Apesar das comparações com Buffett, a participação de Abel na Berkshire não é incomum no cenário geral das empresas de capital aberto.
Um estudo de 2018 do Forum on Corporate Governance da Harvard Law School indicou que mais da metade dos CEOs no Índice Russell 3000 possuíam menos de 1% das ações em circulação de suas companhias. Abel detém 0,0002% das ações Classe A e Classe B em circulação da Berkshire.