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SulAmérica vai bem, mas não a ponto de se destacar da concorrência

27 fev 2020, 11:35 - atualizado em 27 fev 2020, 11:35
SulAmérica
Expectativa: para agradar o mercado, a SulAmérica deveria investir em produtos com maior retorno, segundo o UBS (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

Após a divulgação de seus números trimestrais, a SulAmérica (SULA11) teve seu preço-alvo elevado pelo UBS de R$ 52 para R$ 62. O número representa uma alta potencial de 11,6% sobre a cotação de fechamento desta quarta-feira (26).

Mariana Taddeo, Kaio Prato e Vinicius Ribeiro, que assinam o relatório do UBS, elogiam a decisão da companhia de vender suas operações de seguros automotivos, e de P&C (conhecidos como seguros gerais e não-vida) e se concentrar na área de saúde, que apresenta maiores taxas de retorno.

Mas, para o trio, esses movimentos não bastam para que a seguradora se destaque da média do mercado. Por isso, apesar da elevação do preço-alvo, a recomendação para os papéis é neutra. “Continuamos vendo as ações em seu preço justo”, afirmam.

“Poderíamos ser mais construtivos, se a SulAmérica usasse os recursos das vendas em negócios com alto ROE [retorno sobre patrimônio líquido, na sigla em inglês]”, acrescenta o UBS. Entre eles, estariam os segmentos de seguro saúde e seguro odontológico.

Vento a favor

O cenário para a SulAmérica aumentar o ritmo é positivo. Segundo o banco, a tendência para o setor de saúde é positiva nos próximos anos.

Os analistas calculam que a taxa de crescimento dos prêmios, nesse segmento, oscilará entre 10% e 12%, entre 2020 e 2024, estimulada pela melhora do mercado de trabalho e pelo lançamento de produtos para a classe média.

Destaque: para o UBS, Hapvida se sobressai, ao oferecer melhor retorno para os investidores (Imagem: Divulgação Hapvida)

Isso não significa, contudo, que os preços dos planos de saúde subirão muito. Para o UBS, a inflação do setor tende a desacelerar nos próximos anos.

Assim, a rentabilidade virá do controle de gastos, representado, entre outros, pela melhor administração da “taxa de perdas”, que mede a relação entre os prêmios recebidos e os seguros desembolsados.

Em 2019, essa taxa ficou em 78,9%, e o UBS estima que ela possa baixar para 78% neste ano.

Apesar das boas perspectivas, a recomendação neutra para os papéis é justificada, pelo banco, pela comparação com as outras seguradoras. As ações da SulAmérica são negociadas, atualmente, com um desconto de 54% (considerando-se o P/L) em relação à Hapvida (HAPV3) e a Notredame (GNID3).

Mas, para o UBS, esse desconto é justificável pelo menor ROE. Enquanto o mercado estima que a SulAmérica gere um retorno de 19% em 2020, suas rivais devem oferecer 22%.

Veja os resultados da SulAmérica.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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