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Superávit fiscal estrutural do país em 2021 foi mais de 3 vezes superior ao realizado, diz Economia

25 maio 2022, 18:42 - atualizado em 25 maio 2022, 18:42
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Partindo do patamar positivo de 0,75% do PIB observado em 2021, foi retirado inicialmente o efeito de eventos fiscais não recorrentes (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

Cálculo que elimina fatores transitórios do resultado fiscal do país aponta que o setor público consolidado brasileiro teria registrado um superávit de 2,37% do PIB em 2021, ante o saldo efetivamente realizado de 0,75%, estimou nesta quarta-feira a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.

A análise do chamado resultado fiscal estrutural visa avaliar a condução das contas públicas retirando efeitos conjunturais do ciclo econômico e de eventos que não representam mudança permanente na situação do país.

Partindo do patamar positivo de 0,75% do PIB observado em 2021, foi retirado inicialmente o efeito de eventos fiscais não recorrentes, correspondentes a 1,16% do PIB, segundo o órgão.

Em seguida, foi eliminado o efeito cíclico do nível de atividade econômica e das flutuações do preço internacional do barril de petróleo, que contribuíram com 0,47% do PIB.

Entre os principais fatores para o cenário estrutural mais positivo, segundo a pasta, estão os efeitos do teto de gastos, da reforma previdenciária e da redução de gastos do governo com pessoal, com menos concursos e congelamento de salários.

O impulso fiscal pelo lado das receitas foi explicado pela evolução da atividade, com maiores pagamentos de tributos sobre lucros de empresas.

Os números do setor público consolidado incluem os dados fiscais do governo federal, Estados e municípios, além de empresas estatais (Imagem: Getty Images)

Nos últimos meses, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem criticando analistas que erraram projeções sobre a situação fiscal do Brasil.

Segundo a secretaria, o cálculo apresentado nesta quarta mostra uma melhora na situação do país e é útil para ancorar expectativas do mercado em relação à condução das contas públicas.

“Do ponto de vista estritamente estrutural, a situação das contas públicas no Brasil melhorou”, disse o subsecretário de Política Fiscal do Ministério da Economia, Bernardo de Andrade.

Os números do setor público consolidado incluem os dados fiscais do governo federal, Estados e municípios, além de empresas estatais.

A conta do resultado fiscal estrutural incorpora avaliação do valor de equilíbrio de longo prazo do petróleo e do PIB potencial capacidade produtiva que seria atingida com investimento e força de trabalho em nível de equilíbrio. São desconsideradas despesas e receitas não recorrentes do governo.

Gráfico da SPE que apresenta os dados a partir de 2002 mostra que o resultado fiscal estrutural mais forte foi observado entre 2003 e 2008, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atingindo patamar próximo a 4% do PIB.

Depois, houve deterioração, com o indicador virando para o campo negativo em 2014, durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.

O nível mais baixo foi registrado em 2016, ano do impeachment da presidente petista. Segundo os números, houve recuperação gradual desde então.

O ano de 2021 marcou o retorno do dado para o campo positivo.

A SPE afirmou que ainda não é possível antecipar o dado de 2022, que só poderá ser calculado ao final do ciclo.

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