AgroTimes

Suzano (SUZB3) dispara na bolsa após balanço: o que explica a alta mesmo com corte na produção e aumento de Capex?

07 ago 2025, 15:43 - atualizado em 07 ago 2025, 17:41
suzano-suzb3-acoes
(Foto: Divulgação)

As ações da Suzano (SUZB3) dispararam e operaram entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (7), repercutindo a divulgação dos resultados da empresa no segundo trimestre de 2025 (2T25).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os papéis encerraram a sessão com alta de 4,88%, a R$ 54,14.



“Toda nossa celulose entrou na lista de exceções e a tarifa de 50% não vai afetar nossos produtos. Ou seja, continuamos com a tarifa de 10%, que é a mesma aplicada para todos os mercados, inclusive os que competem com a gente aqui na América do Sul. Esse custo foi repassado para nossos clientes, que repassaram para os consumidores americanos”, afirmou CEO da Suzano, Beto Abreu, em apresentação dos números à imprensa e analistas.

O CEO também comentou sobre o corte de 3,5% na produção para os próximos 12 meses, a elevação do investimento previsto para 2025 e os sólidos números operacionais da companhia, que atingiu um lucro líquido de R$ 5 bilhões.

“No atual ambiente de mercado, estamos sendo consistentes e fazendo uma redução de nossas operações”, disse Abreu, explicando que o objetivo é “garantir que cada tonelada de celulose produzida tenha um nível de retorno considerado adequado e positivo”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Abreu informou que a Suzano participou ativamente de conversas com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), na figura do ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin, em busca de auxiliar nas negociações com os Estados Unidos.

Apesar da celulose entrar na lista de exceções, o executivo ressaltou que uma pequena parcela do negócio de papéis e embalagens, menos de 10% do total, não entrou na lista e a produção deve ser redirecionada para outros mercados, com a América Latina sendo o destino de maior potencial no momento.

Sobre o aumento do Capex estimativa de investimento de capital-, o vice-presidente executivo de finanças, Marcos Assumpção, afirmou que o impacto na alavancagem será marginal.

“O direcionamento e a estratégia de desalavancagem continuam intactos. Devemos atingir o endividamento de 2,5 vezes na relação Dívida Líquida/Ebitda nos próximos trimestres”, afirmou Assumpção, ponderando que, dado o cenário de preços, “é pouco provável no curtíssimo prazo, então estamos considerando mais o ano que vem”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nas considerações finais, o CEO ressaltou que as prioridades da companhia são trabalhar cada vez mais na competitividade de custo, redução da alavancagem e a joint venture com a americana Kimberly-Clark.

Genial vê potencial de 23%

Em relatório divulgado nesta quinta (7), a Genial Investimentos, que reiterou sua recomendação de compra para as ações da Suzano, com preço-alvo de R$ 63,50, classificando o resultado como positivo.

Considerando o encerramento da última sessão (6), o potencial de valorização dos papéis chega a 23%.

Os analistas destacaram que tanto o Ebitda ajustado de R$ 6,1 bilhões quanto a geração de fluxo de caixa livre (FCF) de R$ 2,6 bilhões superaram as estimativas da corretora em 4,2% e 8,3%, respectivamente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Genial reconheceu que o ajuste no Capex para R$ 13,3 bilhões, um aumento de 7% em relação à projeção anterior, poderia pressionar as ações no curto prazo. No entanto, o relatório pondera que o impacto é limitado, projeção que se aproxima mais da resposta do mercado hoje.

Para a corretora, a atratividade do case de investimento continua elevada, sustentada pela “robusta geração de FCF e valuation descontado”.

  • LEIA TAMBÉM: Market Makers destrincham o ‘método de investimento de Mugler e Buffett’ em 3 aulas gratuitas; veja
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.