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Suzano (SUZB3): Para o BTG Pactual, ação está ainda mais barata do que antes

04 out 2024, 10:45 - atualizado em 04 out 2024, 11:04
suzano suzb3
(Foto: Divulgação)

A Suzano (SUZB3) divulgou ontem (3) que seu volume de produção de celulose em 2024 (excluindo Cerrado) será 4% abaixo da sua capacidade produtiva nominal.

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Segundo o BTG Pactual, a medida reforça o comprometimento da empresa, líder do segmento, em disciplinar o setor e otimizar seu ROIC (retorno sobre o capital investido) geral, com a Suzano optando por reduzir a capacidade antieconômica.

Para o banco, que recomenda compra e preço-alvo de R$ 81 (potencial de alta de 47,68%), a ação está ainda mais barata do que antes, sendo negociada perto dos níveis mínimos históricos de múltiplos de 5x EV/Ebitda (valor da firma sobre resultado operacional) 2025 (vs. ~7x justo).

“Embora a perspectiva de curto prazo para os preços da celulose seja negativa e uma correção esteja em andamento, notamos que o consenso já leva isso em consideração, com ações precificando em uma curva de celulose perto de US$ 520/t. Mesmo a US$ 550/t de celulose, vemos a Suzano entregando um rendimento de FCFE de 8-10%, o que é bastante impressionante”,  veem Leonardo Correa e Marcelo Arazi

Em junho, quando a companhia ainda sondava uma possível aquisição da International Paper, o banco chegou a destacar que a empresa era a ação de celulose mais descontada do mundo.

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SUZB3 volta aos fundamentos

Para o BTG, o caso de investimento deve retornar aos seus fundamentos gradualmente após a tentativa de adquirir ativos de alto valor ser mal recebida pelo mercado.



“Embora esperemos que a reclassificação seja gradual e acreditemos que haverá algum dano de longo prazo ao seu múltiplo devido a preocupações com alocação de capital, a redução de R$ 20 bilhões em ações é claramente excessiva. Agora esperamos que o caso seja impulsionado principalmente pela aceleração do projeto (Cerrado, não precificado), câmbio mais alto e perspectivas de desalavancagem”.

Os preços da celulose

Ainda segundo o banco, o corte de produção deve resultar em um impacto financeiro mínimo, já que a produção está operando com Ebitda/t muito baixo atualmente.

“Com os preços de celulose hardwood (HW) na China sendo negociados perto de US$ 570/t, argumentamos que vários produtores marginais de custo mais alto provavelmente já estão submersos (EBITDA negativo).”

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Agora, destacam, a Suzano, líder do setor e produtor de menor custo de longe, está sinalizando que, nesses níveis de preços, os retornos de certos ativos são claramente antieconômicos (ROIC bem abaixo do WACC).

A instituição vê o corte como positivo no geral, representando cerca de 1% do mercado global de celulose.

De acordo com os analistas, o colapso de preços, que saíram de US$ 700/t para US$ 570/t, foi longe demais, e a pressão está aumentando para o setor racionalizar a capacidade.

“Nesse ambiente de mercado pressionado, esperamos que cortes adicionais de capacidade sejam anunciados nos próximos meses para reequilibrar o mercado”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.