Suzano (SUZB3) cai após balanço do 3T25, mas cenário para custos, celulose e desconto anima analistas; o que fazer com a ação?
As ações da Suzano (SUZB3) recuavam 2,03% por volta de 14h48 desta sexta-feira, em R$ 47,66. A queda ocorre após o balanço da companhia no terceiro trimestre de 2025 (3T25), divulgado ontem (6), quando a empresa registrou um lucro de R$ 1,96 bilhão, um recuo de 39% em relação ao mesmo período do ano passado.
O BTG Pactual viu resultados fracos para Suzano, reflexo da forte pressão sobre a receita líquida decorrente da valorização do real e da fraqueza da celulose.
Com as ações acumulando queda de cerca de 20% no ano, o banco entende que o resultado já está precificado e não espera pressão vendedora adicional. O BTG recomenda compra e preço-alvo de R$ 73.
“Após a recente aquisição da Kimberly-Clark, acreditamos que as preocupações com alocação de capital diminuíram significativamente. O processo de integração deve começar no próximo ano, e acreditamos que os ativos adquiridos ainda estão precificados de forma conservadora pelo mercado. A ausência de catalisadores de curto prazo nos deixa mais cautelosos com o papel, apesar do fluxo de caixa descontado ainda indique potencial de valorização relevante”, explicam Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
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Para a Genial Investimentos, a companhia segue negociando com um desconto de exagerado de EV/Ebitda na expectativa para 2025. O múltiplo atualmente está em 5,8x, contra média histórica de 7x, o que reforça a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 63,50 (potencial de alta de 30,5%).
O destaque, contudo, pende para o lado negativo. O fluxo de caixa descontado (FCF) foi de R$ 300 milhões, 45% abaixo das projeções da Genial.
Segundo o Itaú BBA, os principais destaques após a teleconferência de resultados do 3T25 fica para o otimismo da companhia na implementação de novos aumentos de preço da celulose e uma perspectiva positiva sobre custos de produção, que devem cair ainda mais no 4T25 e permanecer abaixo de R$ 800/t em 2026.
A administração se mostrou mais otimista, impulsionada pela alta nos preços de cavacos de madeira na China. Os analistas recomendam compra e preço-alvo de R$ 70 para a ação.
“Os preços de cavacos importados subiram US$ 10–20/BDMT (toneladas métricas secas), e os domésticos US$ 25–40/BDMT, elevando em cerca de US$ 50–80/t a base de custos dos produtores integrados de papel. Essa pressão de custos levou a entradas de novos pedidos e anúncios de reajustes de preço antes da London Pulp Week. Ainda assim, o setor segue cauteloso, pois ajustes estruturais na oferta ainda são necessários para uma recuperação mais duradoura. Atualmente, cerca de 15% dos produtores de fibra curta operam no prejuízo”, apontam Daniel Sasson, Marcelo Furlan Palhares e Edgard Pinto de Souza
Por fim, o Bank of America, que recomenda compra e preço-alvo de R$ 86 para Suzano, viu uma leve surpresa para os preços da celulose, que ficaram acima do esperado. “No geral, foi um conjunto razoável de resultados operacionais, com ventos favoráveis vindos do menor custo caixa da celulose e do Ebitda positivo das operações de embalagens nos EUA”, avaliam Caio Ribeiro, Guilherme Rosito, Mariana Leite e George L. Staphos.