AgroTimes

Suzano (SUZB3) tem 2ª dia consecutivo de alta e ‘brilha’ entre as maiores altas do Ibovespa

06 jun 2025, 12:12 - atualizado em 06 jun 2025, 18:12
suzano suzb3
As ações da Suzano estendem os ganhos pela 2ª sessão consecutiva com a criação da joint venture com a Kimberly-Clark (Imagem: YouTube/Suzano)

As ações da Suzano (SUZB3) operaram entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (6), pelo segundo dia consecutivo. 

SUZB3 subiu 0,98%, a R$ 53,42. Mais cedo, os papéis chegaram a subir 2,91%. Acompanhe o Tempo Real. 



Na véspera, os papéis terminaram a sessão com avanço de 6,31%, a R$ 52,90, após a Suzano anunciar a criação de uma joint venture com a Kimberly-Clark, em que a empresa brasileira terá o controle — com 51% de participação da operação, que envolve 22 fábricas de papéis sanitários em 14 países, por US$ 1,7 bilhões.  

Sendo assim, a fabricante tem o direito de indicar o presidente (CEO) e o diretor financeiro (CFO) da nova empresa, além de três cadeiras no conselho de administração — que será formado por cinco membros. 

A transação total foi avaliada em US$ 3,4 bilhões, com a compra da participação restante em até três anos.  

Para os analistas do BTG Pactual, o posicionamento da companhia em enfatizar que a prioridade agora é a integração dos ativos, minimizando o foco em novas fusões e aquisições, foi o principal destaque da teleconferência realizada pela empresa ontem (5) logo após o anúncio da JV.

“Não que o negócio não seja importante, mas em nossa opinião, a mensagem que se seguiu pode ter importado ainda mais para a história da empresa. Nossa percepção é que a Suzano tem enfrentado uma crise de confiança (por parte de alguns investidores) em relação à sua estratégia de alocação de capital, com alguns até mesmo presumindo que a empresa ultrapassaria seu teto declarado de US$ 3 bilhões para fusões e aquisições até 2026”, escreveram Leonardo Correa e Marcelo Arazi em relatório.

Para eles, “a mensagem” deve aliviar as preocupações dos investidores em relação à alocação de capital — que é um dos motivos por trás da recente desvalorização das ações. SUZB3 acumula queda de mais de 13% desde janeiro até agora. 

“As ações sofreram nos últimos meses devido a preocupações com outro movimento de fusão e aquisição potencialmente disruptivo, que, em nossa opinião, começou a diminuir após o anúncio e os comentários da administração sobre futuros planos de fusão e aquisição”, afirmaram os analistas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É hora de comprar as ações?

O BTG Pactual ainda considera que a operação é um “desrisco” para a história da Suzano. O banco reiterou a recomendação de compra para SUZB3 com preço-alvo de R$ 73 — o que representa um potencial de valorização de 38% até o final deste ano. 

Na visão dos analistas, o valuation continua atraente, isso porque as ações estão sendo negociadas por um valor equivalente a 5,3 vezes o lucro operacional estimado para 2025 (EV/Ebitda). O valor considerado justo seria 7 vezes esse lucro, então existe um “desconto” — ou seja, a ação pode estar subvalorizada. Além disso, os analistas também veem um risco de desvalorização limitado.

“Há algum tempo, temos defendido uma reavaliação gradual à medida que o mercado precifica a aceleração do projeto Cerrado e a alocação de capital disciplinada”

A equipe também espera que o processo de desalavancagem da companha acelere ao longo deste ano e encerre 2025 a cerca de 2,7 vezes a dívida líquida/Ebitda. A fabricante de papel e celulose terminou o primeiro trimestre com a alavancagem em 3,2 vezes a dívida líquida/Ebitda. 

O banco ainda reconhece que há um “ambiente turbulento” para as commodities. “Mas continuamos a ver a celulose como um vencedor relativo, dada sua menor exposição à China — de aproximadamente 40% ante 70% para minério de ferro — e um suporte mais forte da curva de custos nos níveis de preços atuais.”

Compartilhar

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.