SYN (SYNE3): Moody’s reafirma rating ‘AA.br’ após venda de ativos e redução de dívidas; perspectiva é estável
A agência Moody’s reafirmou a classificação de crédito (rating) da SYN Prop e Tech (SYNE3) em ‘AA.br’, mantendo perspectiva estável para a companhia, mostra documento divulgado nesta quinta-feira (18).
A decisão reflete a melhora das métricas de alavancagem da empresa após a venda de empreendimentos relevantes em 2024 e o pré-pagamento de dívidas ao longo de 2025.
De acordo com a agência, a avaliação positiva considera a gestão prudente dos ativos imobiliários e dos passivos financeiros, além de liquidez confortável, flexibilidade financeira e um histórico de geração de valor por meio de reciclagem de capital.
“Com um portfólio equilibrado, composto por imóveis de escritórios, shoppings e galpões, reconhecemos que a companhia tem sustentado boas métricas operacionais”, disse a Moody’s, que também destacou o baixo loan-to-value (LTV) e a elevada parcela de ativos desonerados como fatores favoráveis ao crédito.
Apesar disso, o rating segue limitado pela escala reduzida da operação após a venda de empreendimentos nos últimos meses e pela cobertura de encargos fixos ainda considerada moderada, embora em trajetória de melhora.
Menor escala e mudanças de portfólio
Segundo a agência, com um histórico longo no setor imobiliário, a SYN “sempre priorizou a incorporação e o desenvolvimento de projetos com parceiros, realizando vendas de imóveis quando atingem a maturidade ou em situações favoráveis de mercado”.
Em 2024, por exemplo, a empresa concluiu a alienação de participações relevantes em todos os seus ativos de shoppings para um fundo imobiliário, totalizando 104 mil m² de área bruta locável (ABL), por R$ 1,85 bilhão.
Já neste ano, vendeu um imóvel de escritórios e o Shopping D, somando 8,9 mil m² de ABL, por R$ 41,4 milhões.
Como resultado, a base de empreendimentos brutos caiu de R$ 6,2 bilhões em 2023 para R$ 3 bilhões em setembro de 2025, com redução relevante da participação no segmento de shoppings.
Atualmente, o portfólio próprio soma 96 mil m² de ABL, distribuídos entre escritórios (34%), ITM (27%), shoppings (26%) e galpões logísticos (13%).
Ponto de atenção e setores
Nesse contexto, a Moody’s aponta como ponto de atenção para a companhia a concentração da carteira em escritórios classe A na região de Santo Amaro, em São Paulo, área com maior vacância e pressão sobre os aluguéis. Por outro lado, avalia que esse risco pode ser mitigado pela qualidade dos inquilinos e contratos de longo prazo.
“Para os próximos 12 a 18 meses, projetamos que o setor de lajes deverá ter aluguéis sendo reajustados pela inflação, com uma melhora marginal na vacância”, afirmou.
Já na divisão de galpões logísticos, a agência avalia que o segmento deve ganhar ainda mais relevância nos próximos anos, ampliando a diversificação de receitas da SYN.
Quanto aos shoppings, a Moody’s observa boa resiliência nas vendas e vacância estável, em torno de 5,5%, com destaque para a ocupação de uma área relevante no Grand Plaza.
“Para o setor de shoppings, esperamos aluguéis crescentes, com manutenção da taxa de vacância em patamar saudável.”
Redução da alavancagem
Em termos financeiros, a agência lembra que, com os valores totais das vendas de 2024, a companhia pré-pagou R$ 538 milhões da dívida bruta ajustada, reduzindo o saldo para R$ 858 milhões em setembro de 2025, e distribuiu um total de R$ 1,4 bilhão para seus acionistas.
Como resultado, a alavancagem bruta ajustada (dívida bruta/Ebitda) caiu para 3,2 vezes nos últimos 12 meses encerrados em setembro, ante 4,3 vezes em 2024 e 5 vezes em 2023.
Para os próximos 12 a 18 meses, a Moody’s projeta uma alavancagem em torno de 3 vezes, à medida que a empresa amortize dívidas usando a combinação de caixa e geração operacional. “Não consideramos novos projetos relevantes ou aquisições em nosso cenário base.”
Perfil de liquidez confortável
Ainda de acordo com a agência, a SYN mantém historicamente um perfil de liquidez confortável, com caixa suficiente para cobrir os vencimentos de curto prazo e um cronograma de dívidas administrável.
“Além disso, consideramos que a companhia possui boa flexibilidade financeira, sustentada por uma base relevante de ativos desonerados e por um baixo LTV.”
A Moody’s avalia ainda que a empresa deve manter uma política financeira estável e conservadora, apoiada na trajetória de redução do endividamento e com foco em alocação prudente de capital.