Tá barato? Verde compra bolsa, mas faz dois alertas

O Ibovespa segue renovando máximas e voltou a chamar a atenção de fundos que, até pouco tempo atrás, estavam mais cautelosos com o Brasil.
É o caso da Verde Asset, de Luis Stuhlberger, que retomou marginalmente as compras de ações brasileiras em setembro, segundo carta divulgada nesta sexta-feira (4).
Apesar disso, a gestora fez dois alertas importantes:
- o Banco Central vem adotando um tom mais duro em suas comunicações;
- por outro lado, a Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade a isenção de IR até R$ 5 mil a partir de 2026.
Para a Verde, os dois movimentos refletem o que chamou de “acelerador fiscal com freio monetário”, dinâmica que tende a favorecer alocações no real e a prejudicar o apetite por ações brasileiras,“embora oportunidades específicas continuem a atrair o interesse e o capital do fundo”.
Cenário internacional
No exterior, a gestora destacou a situação contraditória da economia americana:
- inflação em alta, pressionada pelas tarifas;
- crescimento robusto, impulsionado pelo ciclo de investimentos em Inteligência Artificial (IA);
- mercado de trabalho enfraquecido.
Segundo a Verde, o livro-texto da economia não recomendaria cortes agressivos de juros nesse ambiente.
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No entanto, a pressão política e a troca de membros no board do Fed indicam que o ciclo de cortes deve se estender.
Desde o início do mandato, o presidente americano Donald Trump vem pressionando Jerome Powell a reduzir os juros.
Posicionamento em outros ativos
Além das ações, a Verde manteve posição comprada em juro real no mercado local. Já nos EUA, reduziu novamente a exposição em juro real e seguiu comprada na inflação implícita.
No campo de moedas, a gestora informou estar comprada no euro, no renminbi chinês, no ouro e no real, além de manter exposição em criptoativos.
Em setembro, o fundo da Verde registrou alta de 1,99%, contra 1,22% do CDI.