Internacional

Taiwan elege presidente no sábado e atual líder é favorita; no radar relação com Pequim

09 jan 2020, 11:29 - atualizado em 09 jan 2020, 11:49
Taiwan Taipei City Turismo Ásia
Os eleitores de Taiwan vão sobretudo escolher o futuro imediato da ilha em relação a Pequim (Imagem: Unsplash/@thevernon)

Taiwan vai escolher no próximo sábado (11) um novo presidente, em eleições em que, como sempre, as relações com a China têm papel determinante.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A atual líder da ilha, Tsai Ing-wen, de 63 anos, é a favorita para continuar no cargo, juntamente com o Partido Progressista Democrático (DPP), cujo independentismo moderado conquistou a confiança da população da ilha nos últimos quatro anos.

O principal rival de Tsai vai ser Han Kuo-yu, de 62 anos, do Kuomintang (KMT), atual presidente da segunda maior cidade da ilha, Kaohsiung.

Outro candidato é James Soong, do conservador Partido Primeiro o Povo (PPP), a quem as sondagens dão apenas 7% dos votos.

Além da popularidade dos candidatos ou das promessas eleitorais para reforçar o crescimento econômico, os eleitores de Taiwan vão sobretudo escolher o futuro imediato da ilha em relação a Pequim.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
China Política Comunismo
A República Popular da China vê Taiwan como uma província rebelde desde 1949 (Imagem: Wu Yi/Unsplash

Em 2019, Taiwan voltou a perder aliados diplomáticos a favor da China, até ficar com os atuais 15, num ano marcado pelo impacto dos protestos antigovernamentais em Hong Kong e pela maior aproximação com Washington.

Tsai Ing-wen rejeitou o chamado “princípio de uma só China”, mediante o qual só existe uma China, abarcando a ilha e o continente, o que levou Pequim e Taipé a reclamar a totalidade do território.

“As relações eram pacíficas até que Tsai chegou ao poder. Se voltar a ganhar, vai continuar uma espécie de `paz fria` ou de `confrontação fria`”, afirmou o diretor do Centro de Estudos de Taiwan, da Universidade Jiao Tong em Xangai, Lin Gang.

Em resposta, Pequim ofereceu medidas para multiplicar os vínculos económicos e culturais, insistindo, ao mesmo tempo, na reunificação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Xi Jinping presidente china
Os nacionalistas refugiaram-se na ilha, independente de facto desde então, mas para Pequim a reunificação é inevitável (Imagem: Johannes Eisele/AFP)

No ano passado, o presidente chinês, Xi Jinping, insistiu na possibilidade de uso de força e lembrou que não será tolerada “qualquer ação para dividir o país”.

A República Popular da China vê a República da China (nome oficial de Taiwan) como uma província rebelde desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Zedong derrotaram Chiang Kai-shek, então líder do KMT.

Os nacionalistas refugiaram-se na ilha, independente de facto desde então, mas para Pequim a reunificação é inevitável.

Tsai nunca defendeu explicitamente a independência de Taiwan, mas procurou sempre manter a China a distância e, para isso, comprou armamento dos Estados Unidos e aprovou legislação para limitar quaisquer “interferências chinesas”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Hong Kong Protestos
Os protestos antigovernamentais que há sete meses decorrem em Hong Kong deram a Tsai um motivo para recusar a proposta chinesa de reunificação (Imagem: Reuters/Athit Perawongmetha)

Por outro lado, os protestos antigovernamentais que há sete meses decorrem em Hong Kong deram a Tsai um motivo para recusar a proposta chinesa de reunificação sob o princípio “um país, dois sistemas”, em vigor em Macau e Hong Kong.

O modelo permite que as duas regiões semiautônomas chinesas tenham algumas liberdades que não existem no resto do país.

Para Pequim, essa é a única solução para a ilha. De acordo com o professor Zheng Wensheng, do Instituto para Estudos Taiwaneses da Universidade chinesa de Xiamen, só assim a ilha poderá manter as suas liberdades.

“As eleições não vão mudar o fato de Taiwan ser parte da China. A reunificação é o mais benéfico para Taiwan, é inevitável e acontecerá mais cedo ou mais tarde. Taiwan nunca poderá fugir à China”, afirmou Zheng.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Durante o mandato, Tsai procurou diversificar os parceiros econômicos e comerciais da ilha e tentou diminuir a excessiva dependência da China, ao mesmo tempo que apoiou os grupos aborígenes e tornou Taiwan o primeiro país da Ásia a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

“Taiwan mostra crescente identidade própria, num exemplo à comunidade chinesa em todo o mundo”, considerou o professor Sun Kuo-hsiang, do Departamento de Assuntos Internacionais da Universidade taiwanesa de Nanhua.

Já o rival de Tsai, Han Kuo-yu, defendeu o princípio de “uma única China”, rejeitou possível independência da ilha, mas também criticou a proposta chinesa de reunificação. Para o candidato do KMT, deve manter-se o status quo de Taiwan.

Se Han for eleito, “a agenda chinesa de aproximação será ainda mais clara”, adiantou Sun.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar das tensões políticas durante o mandato de Tsai, iniciado em 2016, as relações comerciais aumentaram.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
agencia.brasil@moneytimes.com.br

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar