Taiwan não aceitará acordo de produção de chips 50-50 com os EUA, diz negociadora

Taiwan não aceitará um acordo com os Estados Unidos para que metade da produção global de semicondutores ocorra em território americano, afirmou nesta quarta-feira (1) a principal negociadora tarifária da ilha, após retornar ao país.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, declarou à rede de televisão americana News Nation, no último fim de semana, que a proposta de Washington para Taiwan seria uma divisão 50-50 na produção de chips, cuja vasta maioria hoje é fabricada na ilha.
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A vice-primeira-ministra de Taiwan, Cheng Li-chiun, que lidera as negociações tarifárias com os EUA, disse a repórteres ao desembarcar que não houve discussão sobre a proposta 50-50 mencionada pelos americanos.
“Nossa equipe de negociação nunca assumiu qualquer compromisso com uma divisão 50-50 na produção de chips. Fiquem tranquilos, não discutimos esse tema nesta rodada de negociações, nem concordaríamos com tais condições,” disse ela, segundo a Agência Central de Notícias de Taiwan.
O Departamento de Comércio dos EUA e o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos não responderam a pedidos de comentário enviados fora do horário comercial nos EUA.
Taiwan, sede da maior fabricante de chips por contrato do mundo, a TSMC, mantém um grande superávit comercial com os EUA. Atualmente, as exportações da ilha para os Estados Unidos estão sujeitas a uma tarifa de 20%.
A TSMC, cujo negócio está em forte expansão impulsionado pela demanda por aplicações de inteligência artificial, está investindo US$ 165 bilhões na construção de fábricas de chips no estado americano do Arizona, embora a maior parte da sua produção continue concentrada em Taiwan.
O governo de Taiwan afirmou no mês passado que espera obter uma tarifa mais favorável dos Estados Unidos após as negociações apresentarem “certo progresso”.
Falando no parlamento em Taipei nesta terça-feira (30), o primeiro-ministro Cho Jung-tai declarou que Cheng já realizou várias rodadas de conversas com os EUA sobre tarifas.
“As consultas mais críticas e substantivas estão em andamento,” disse ele.
Cheng, no aeroporto, afirmou que discussões detalhadas ocorreram e que houve “certo progresso”, segundo a Agência Central de Notícias.