Tarcísio de Freitas: “São Paulo deu um salto que o Brasil também precisa dar”
Tarcísio de Freitas, apontado como um dos nomes mais fortes para disputar a presidência em 2026, segue evitando afirmar que estará no pleito. Mas o governador de São Paulo, em evento do UBS WM, braço do banco suíço voltado a grandes fortunas, falou em entrelinhas e deu sinais de que existe uma agenda “comum” em construção.
“São Paulo deu um salto que o Brasil precisa dar”, disse. “Está claro que o país está na direção errada. Mas é fácil colocar na direção certa. E nós faríamos isso rapidinho.”
Plateia e mediadores não esconderam a preferência por Tarcísio, mesmo diante de outros possíveis nomes da direita. Em determinado momento, um dos integrantes da mesa afirmou ter ouvido de grandes gestores que o “governador de São Paulo é o único que pode salvar o país”.
O político, porém, evita confirmações e mantém em aberto quem será o candidato do campo conservador em 2026. Tarcísio voltou a afirmar que “quer contribuir para o país independentemente da posição” e que “não precisa ser o protagonista”.
Ele também fez questão de citar outros governadores — Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Jr. (PR) — e argumentou que “qualquer um deles teria uma boa agenda”.
“O pessoal está muito ansioso, mas eu acho que a gente tem tempo. Essas peças já estão sendo devidamente montadas em caixas. A hora certa para termos um nome não precisa ser necessariamente agora. Pode ser em janeiro, fevereiro ou março. Não tem problema. Vai dar tempo”, afirmou.
O papel de Bolsonaro, segundo Tarcisio
O governador reforçou ainda que Bolsonaro será peça central na articulação política da direita para 2026, afirmando que o ex-presidente possui um “grande capital político” que precisa ser respeitado. Segundo ele, a liderança de Bolsonaro será fundamental para pacificar o campo, alinhar interesses e “amarrar as pontas” entre os grupos da direita.
Apesar de evitar qualquer confirmação, Tarcísio usou o palco para enaltecer medidas aplicadas em São Paulo — e defendeu que o Brasil precisa seguir parte do modelo paulista.
Ele relembrou que, ao assumir, encontrou São Paulo com “baixa capacidade de investimento”, apesar do orçamento robusto.
Diante disso, ele lembra, veio o programa São Paulo na Direção Certa — com foco em reformas administrativas, redução de custos e revisão de políticas públicas — e iniciativas como a privatização da Sabesp, que reduziram a necessidade de gastos por parte do Estado.
“Agora a gente consegue investir 11% ou 14% da receita corrente líquida. E isso é fundamental. Mesmo com o cenário que nós temos no ano que vem, a gente vai investir mais de R$ 30 bilhões de recursos do Estado. Fora aquilo que estamos captando com a iniciativa privada”, disse.
Ao falar do Brasil, Tarcísio afirmou que o país caminha para um cenário no qual as contas públicas estarão, em breve, “sem nenhum espaço”.
“Se a gente não desvincular a receita, o país vai chegar em 2030 discutindo 3% do orçamento. Vamos gastar uma energia enorme para discutir 2% ou 3% do orçamento. Esse é o cenário”, afirmou, citando ainda a taxa de juros. “Está claro que a gente precisa de uma mudança de chave. A gente precisa de oxigênio, precisa de transformação, precisa de esperança. Está na hora de aposentar o atual CEO.”