Tecnologia

‘Tarifaço’ e TACO Trade: XP analisa impacto de Trump nas big techs e no S&P 500 nesta temporada de resultados

15 jul 2025, 11:24 - atualizado em 15 jul 2025, 11:24
(Imagem: Canva Pro / Montagem: Marcela Malafaia)

A temporada de resultados corporativos do segundo trimestre (2T25) se aproxima e as atenções estão voltadas para as big techs, as grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

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Os analistas da XP Investimentos publicaram um relatório na noite da última segunda-feira (14) avaliando o possível impacto das tarifas comerciais sobre os resultados dessas empresas no 2T25. 

Isso porque a importância das big techs vêm crescendo no S&P 500. Estimativas apontam que cerca de dois terços do crescimento do lucro por ação (LPA) do índice venha dessas empresas no 2T25 — não apenas pelo crescimento exponencial dessas companhias, mas também pelo enfraquecimento dos demais setores da economia americana em decorrência das tarifas comerciais.

Assim, em meio ao “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o movimento de TACO Trade (Trump Always Chicken Out, algo como “Trump sempre recua”), um setor tão novo quanto o ramo de tecnologia tende a ser impactado em várias frentes.

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Um raio-X nos negócios das big techs

De acordo com Raphael Figueredo e Maria Irene Jordão, analistas que assinam o relatório, o índice do dólar (DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra) sofreu uma desvalorização de 9,8% em 2025. 

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A fraqueza do dólar é um alívio importante para empresas com exposição internacional relevante, como as big techs, que geram 53% das suas receitas fora dos Estados Unidos. Para efeitos de comparação, a média das companhias do S&P 500 é de 41%.

Apesar disso, o risco da guerra comercial escalar continua presente, o que pode gerar retaliações de outros países. Na visão da XP, empresas de serviços digitais podem virar alvo desses ataques, como Alphabet (dona do Google) e Microsoft, o que aumenta a incerteza regulatória e comercial para o grupo como um todo.

Por outro lado, o segmento de Tecnologia e o de Comunicações (impulsionado por big techs como Alphabet, Meta e Netflix) são destacados positivamente.

“O capex [gastos com bens de capital] continuará sendo um ponto de atenção, principalmente no caso da Meta, onde os investidores seguem céticos em relação aos prazos de retorno”, escrevem os analistas.

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Assim, apesar da pressão sobre a lucratividade em decorrência das tarifas comerciais, a desvalorização do dólar deve mitigar o impacto nas companhias, em especial aquelas com maior exposição internacional. 

Apesar das big techs, otimismo toma conta do S&P 500

Sobre o índice S&P 500, a XP é mais categórica: “Após forte revisão negativa nas expectativas ao longo do segundo trimestre de 2025 e diante de dados econômicos ainda resilientes, esperamos uma surpresa positiva no crescimento do lucro por ação do S&P 500 para a temporada de resultados do 2T25”. 

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Para o ano de 2025, a estimativa de LPA do S&P 500 recuou para US$ 262,36, um crescimento de 9,1% em relação a 2024, enquanto para 2026, o mercado permanece otimista, esperando um crescimento de 14,0% na comparação anual. 

Os analistas entendem que as expectativas estão mais ancoradas, dada a melhora na capacidade das empresas americanas diante de um ambiente incerto. 

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Além disso, as revisões baixistas do primeiro trimestre, feitas em momentos de estresse, mantêm uma base de comparação que deve estimular resultados melhores do que o esperado. 

Diante disso, os analistas esperam ajustes significativos nos guidances para o segundo semestre de 2025 e para o ano de 2026, refletindo maior cautela das companhias em meio à volatilidade do cenário macro e forte discrepância setorial.

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É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.