Tarifas dos EUA agravam os desafios do setor petroquímico, alertam executivos

As tarifas dos Estados Unidos estão pressionando cada vez mais o já desafiado setor petroquímico, com a China, maior produtora mundial, redirecionando suas exportações para a Ásia, disseram executivos da indústria durante uma conferência em Singapura nesta terça-feira (9).
A interrupção pode levar a uma queda de 15% no comércio global de petroquímicos, disse um executivo da TotalEnergies na conferência APPEC.
“Se as tarifas continuarem em vigor, o comércio de petroquímicos verá uma nova queda de 15%, além dos 34% já registrados nos últimos cinco anos”, disse Ganesh Gopalakrishnan, chefe de comércio de petroquímicos da TotalEnergies, à Reuters à margem da conferência.
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Empresas de comércio de petroquímicos que não possuem ativos estão lutando para sobreviver, afirmou Gopalakrishnan, acrescentando que o excesso de capacidade levou à queda de 34% no comércio nos últimos cinco anos.
As tarifas também estão tornando os países mais protecionistas, disse Sanjiv Vasudeva, vice-presidente executivo e diretor de mercado da Haldia Petrochemicals, durante a conferência.
Segundo Vasudeva, ficou mais difícil planejar investimentos no curto prazo devido ao excesso de capacidade e à volatilidade, embora o consumo na Índia permaneça forte, com uma taxa de crescimento estável — um ponto positivo raro para o setor petroquímico.
As tarifas estão empurrando os produtos chineses para “nossos mercados tradicionais”, disse Bahrin Asmawi, diretor comercial do grupo Petronas Chemicals da Malásia.
O Petronas Chemicals Group está se diversificando para produtos químicos especializados, já que as exportações de produtos desde resinas até produtos finais foram deslocadas pela ofensiva da China nos mercados asiáticos após as tarifas dos EUA, disse Asmawi à Reuters, também à margem do evento.
“Nosso principal mercado é o Sul da Ásia, Tailândia, Indonésia, Malásia, Vietnã. E todos esses estão sendo abastecidos, estão sendo atacados pela China porque eles não conseguem exportar para os EUA”, ”, afirmou ele. A Petronas Chemicals adquiriu duas empresas na Europa com o objetivo de obter tecnologia para trazer à Ásia, acrescentou.