Taxas dos DIs avançam após IPCA de agosto mostrar serviços ainda pressionados

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) subiam na manhã desta quarta-feira, após a divulgação dos dados do IPCA de agosto e a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, por tentativa de golpe de Estado, enquanto no exterior os rendimentos dos Treasuries oscilavam perto da estabilidade.
Às 9h47, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 14,005%, em alta de 5 pontos-base ante o ajuste de 13,96% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2030 marcava 13,375%, com elevação de 4 pontos-base ante o ajuste de 13,333%.
No início da sessão, o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA, o índice oficial de preços, registrou queda de 0,11% em agosto, após a alta de 0,26% em julho. No acumulado de 12 meses até agosto, o IPCA teve alta de 5,13%. Economistas ouvidos pela Reuters projetavam queda de 0,15% no mês e elevação acumulada de 5,09% em 12 meses.
- SAIBA MAIS: Acesse gratuitamente as carteiras de ações, FIIs e BDRs sugeridas por analistas do mercado com essa curadoria do Money Times
A abertura do indicador ainda mostrou alguns pontos sensíveis para o controle da inflação no Brasil. Os serviços intensivos em mão de obra subiram 0,64% em agosto, conforme cálculo do banco Bmg, acima do 0,56% projetado pela instituição. Já os serviços subjacentes subiram 0,34%, menos que o 0,40% projetado.
“No geral, (o IPCA) foi mais do mesmo, mas serviços ainda são o desafio”, comentou o economista-chefe do Bmg, Flavio Serrano. Segundo ele, como o mercado esperava por uma abertura melhor do IPCA, o avanço das taxas dos DIs nesta manhã é uma reação ao indicador.
Ao mesmo tempo, o mercado segue monitorando o julgamento de Bolsonaro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, que pode formar maioria nesta quarta-feira pela condenação do ex-presidente. O ministro Luiz Fux está proferindo seu voto nesta manhã.
No exterior, os yields dos Treasuries mostravam variações contidas. Às 9h47, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — estava estável, aos 4,07%.