Taxas dos DIs caem após dados dos EUA manterem expectativa por corte de juros pelo Fed

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) cediam no Brasil nesta manhã de quinta-feira (11) após a divulgação de novos dados sobre a economia norte-americana, que não alteraram a percepção no mercado de que o Federal Reserve (Fed) contará juros na próxima semana.
Às 10h46, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 13,965%, ante o ajuste de 14,002% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2030 marcava 13,27%, ante o ajuste de 13,314%.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em agosto, depois de aumentar 0,2% em julho. Nos 12 meses até agosto, o indicador avançou 2,9%, o maior aumento desde janeiro, após ter subido 2,7% em julho. Economistas consultados pela Reuters previam aumento de 0,3% no mês e 2,9% em 12 meses.
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Já os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA somaram 263 mil na semana passada, acima da expectativa de 235 mil em pesquisa da Reuters.
Após a divulgação dos números, ambos às 9h30, o dólar perdeu força ante as demais divisas e os rendimentos dos Treasuries passaram a cair, em meio à leitura de que, apesar do CPI levemente acima do esperado em agosto, os números de modo geral mantêm a expectativa de corte de juros pelo Fed.
“Embora a inflação siga acima da meta do Federal Reserve, os números de hoje não devem alterar o plano de voo da autoridade monetária. O foco permanece nos sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho, reforçados nesta semana pela revisão para baixo de mais de 900 mil vagas pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), indicando uma desaceleração maior do que a esperada”, pontuou Rafael Perez, economistas da Suno Research.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou mais cedo que as vendas no varejo caíram 0,3% em julho ante junho, em linha com o esperado. Este foi o quarto mês consecutivo de queda, em mais um indicativo da continuidade do esfriamento gradual da atividade econômica.
À tarde, investidores seguirão atentos à retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado. O placar atual é de 2 votos a 1 pela condenação de Bolsonaro, faltando ainda dois ministros do STF para votar: Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A maioria pela condenação estará formada se pelo menos um dos dois votar contra o ex-presidente.
No mercado, o receio principal é de que a condenação gere novas medidas de retaliação dos Estados Unidos contra o Brasil.
Às 11h, o rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha queda de 3 pontos-base, a 3,506%. O retorno do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 2 pontos-base, a 4,015%.